Reynaldo Gianecchini postou vídeos no Instagram nesta quarta-feira (3/6), onde convida os seguidores a fazerem uma reflexão. O motivo são as críticas recebidas desde que foi anunciado na peça “Priscilla, a Rainha do Deserto”, onde vive uma drag queen. Ele relembrou seus últimos papéis, como o abusador em “Bom Dia, Verônica” (Netflix), e lamentou a forma como aquele personagem foi comentado de forma positiva por internautas.
“Um dos últimos personagens que fiz foi um abusador. A série foi muito bem recebida porque levantou bastante discussões importantes e eu recebi muitos comentários positivos do meu trabalho. Pois bem, agora estou fazendo uma drag queen no teatro e recebendo um monte de comentários muito negativos de pessoas que misturam o meu personagem com a minha vida pessoal e destilam lá toda a sua raiva, os seus preconceitos, falam coisas inacreditáveis.”
“Eu queria falar assim para essas pessoas: tudo bem ser um psicopata, um abusador? Vocês não gritaram, não acharam ruim, não confundiram com a minha vida pessoal… Mas uma drag queen, sim, muita gente não quer me ver nesse papel, querem me cancelar”, criticou Gianecchini. Curioso, né? Quer dizer que um psicopata é legal, uma drag queen não é. Você vê porque que a gente tem que fazer esses personagens? Tem muito para falar ainda.”
Ensaio audacioso
Boa parte do ódio disparado contra o ator vem do ensaio fotográfico que rendeu uma capa inusitada da revista “WOW”, onde aparece nu, exibindo pelos pubianos e simulando uma vagina. As imagens fazem parte de um ensaio audacioso, relacionado ao seu atual papel no musical “Priscilla: a Rainha do Deserto”.
Gianecchini, que se assume pansexual, utilizou suas redes sociais para compartilhar o ensaio e dedicar a produção a todos os transformistas do Brasil. “Drag me! Minha homenagem a todas artistas drag queens desse país!”, escreveu o ator em seu perfil. A iniciativa rendeu toneladas de ódio virtual.
Papo reto
Num segundo vídeo no Instagram, o ator ainda deixou um recado para as pessoas que confundem sua vida pessoal com os personagens que interpreta: “E pra quem confunde o meu trabalho, meus personagens, com a minha vida pessoal, eu digo: eu sou um ator. Eu realmente não ganho a minha vida fazendo drag queen, mas se essa fosse minha escolha, ficaria muito feliz porque são pessoas, artistas que eu admiro. O que eu não admiro e jamais queria ser é um cara preconceituoso, que dissemina ódio, raiva, que não acolhe, não é empático, um cara que não vice a vida de verdade e vive que nem gado”, finalizou.