Regina Duarte usou as redes sociais nesta segunda-feira (15/7) para publicar uma retratação devido a um processo movido por Janaina Diniz Guerra, filha da atriz Leila Diniz, falecida em 1972. A ex-namoradinha do Brasil foi condenada por usar indevidamente uma foto de Leila Diniz numa fake news publicada no Instagram.
Em dezembro de 2022, Regina publicou um vídeo em defesa da ditadura militar, reproduzindo um discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro. A atriz utilizou uma foto fora de contexto das atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell para ilustrar as falas. O vídeo afirmava que “64 foi uma exigência da sociedade” e que “as mulheres nas ruas pediam o restabelecimento da ordem”. Contudo, a imagem das artistas foi tirada em 1968, e representa um protesto justamente contra a censura e a ditadura militar.
Condenação e contexto da foto
A atriz e ex-secretária da Cultura do governo Bolsonaro foi obrigada pela Justiça a dizer a verdade sobre a foto e seu contexto. A juíza Keyla Blank determinou a exclusão da publicação, o pagamento de R$ 74 mil em danos morais, incluindo juros e correção monetária, e uma retratação que deixe claro que Leila Diniz nunca apoiou a Ditadura Militar e que a fotografia foi tirada em um contexto de oposição ao regime e à censura.
O documento compartilhado pela atriz explica que a imagem com “Leila Diniz e diversos outros atores e atrizes foi tirada em 13 de fevereiro de 1968, em manifestação ocorrida no contexto de greve realizada por artistas e produtores de teatro, indignados pela censura decorrente das determinações do AI-5, tendo fechado os teatros do Rio de Janeiro por dias”.
Justificativa de Regina Duarte para a fake news
Regina justificou que não tinha a intenção de causar prejuízos ou mal-entendidos. “Ao publicar em 23 de dezembro de 2022, a matéria/vídeo, que incluía, entre outras, uma foto de domínio público já amplamente divulgada em jornais, livros e Internet, eu pensava estar ressaltando o valor e a força da Mulher, através daquele grupo de atrizes que eu amava, respeitava e eram para mim um exemplo: lutavam por seus direitos democráticos e liberdade de expressão.”
“O que fiz foi na maior boa fé. Jamais imaginei que alguém pudesse interpretar meu post de forma diferente ou sentir-se prejudicado. Apaguei o vídeo em 10 de março de 2024 e hoje, aqui e agora, penitencio-me por ter usado uma imagem captada em 1968 referindo-se, no vídeo, a um movimento das brasileiras em 1964.”
Uma pequena confusão, segundo Regina, que usou uma imagem icônica da luta contra a ditadura para dizer que as atrizes manifestavam-se de forma oposta.
Ela também publicou a sentença homologada pelo 6º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro.