O julgamento do ator Alec Baldwin, acusado de homicídio involuntário pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins no set de “Rust”, foi suspenso nesta sexta-feira (12/7) após o promotor Erlindo Ocampo Johnson desistir do caso. A decisão ocorreu durante uma longa e dramática audiência em Santa Fé, onde foram discutidas acusações de que a polícia e os promotores esconderam evidências cruciais para a defesa.
Detalhes da audiência
O assunto foi abordado pela primeira vez na quinta-feira (11/7), quando a defesa de Badwin interrogou uma perita. Ela confirmou ter recebido as balas e as deixado fora do caso, seguindo ordens.
No início da audiência desta sexta (12/7), a juíza Mary Marlowe Sommer, usando luvas cirúrgicas, abriu um saco de evidências contendo a munição. Os advogados de Baldwin afirmam que o escritório do xerife de Santa Fé e os promotores ocultaram essas munições, que poderiam inocentar seu cliente.
Em seguida, a defesa apresentou uma moção para encerrar o caso, alegando que promotores e o xerife de Santa Fé agiram de má fé ao esconder as balas, que surgiram em março, após o julgamento da armeira do filme, Hannah Gutierrez-Reed. Em 6 de março, o ex-policial de Arizona, Troy Teske, entregou munições ao escritório do xerife, incluindo cartuchos que combinavam com a bala que matou Hutchins. Estas munições não foram inventariadas no caso “Rust” nem apresentadas à defesa durante a visualização das evidências em 16 de abril.
No final do dia, a promotora especial Kari Morrissey chamou-se ao banco das testemunhas e, durante o interrogatório pelo advogado de Baldwin, Alex Spiro, confirmou a renúncia de Johnson da promotoria.
Interrupção do julgamento
Após os desdobramentos, a juíza Sommer dispensou o júri por todo o fim de semana, explicando que “os julgamentos são fluidos”, e agora decidirá sobre a moção da defesa para encerrar o caso.
Baldwin é acusado de homicídio involuntário após o disparo de um revólver durante ensaio de uma cena do filme “Rust” em outubro de 2021, que resultou na morte de Hutchins e ferimentos no diretor Joel Souza. (Nenhuma acusação foi feita em relação ao ferimento do diretor.)
Caminho conturbado até as acusações
Baldwin foi inicialmente acusado em janeiro de 2023, com os promotores alegando que ele deveria ter assumido que a arma estava carregada e seguido as regras de segurança. Ele recebeu a arma do produtor assistente David Halls, que lhe disse que ela não continha munição real.
David Halls assinou um acordo judicial, assumindo culpa pela acusação de uso negligente de uma arma letal. Os termos do seu acordo incluem uma sentença suspensa e seis meses de liberdade condicional.
Além de Balwin, Hannah Gutierrez-Reed, armeira responsável pela segurança do revólver, também foi a julgamento e acabou condenada a 18 meses de prisão por homicídio involuntário.
Em sua defesa, o ator de 66 anos, que também é produtor do filme, afirmou que a arma não deveria conter balas reais e, além disso, ela disparou sem que ele tivesse puxado o gatilho, uma versão contestada pela promotoria.
Uma análise forense da arma indicou que Baldwin teria puxado o gatilho, contradizendo suas alegações. Mas os advogados do ator argumentam que a arma foi danificada durante os testes do FBI, impossibilitando a análise adequada por parte da defesa. Desde esse problema, a equipe jurídica de Baldwin acusa os promotores de reterem evidências que poderiam inocentar seu cliente.