Alec Baldwin tem acusação de homicídio arquivada após ação ilegal da promotoria

Audiência dramática resulta na renúncia de promotor e fim do caso envolvendo a morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins

Instagram/Alec Baldwin

A juíza Mary Marlowe Sommer arquivou o caso de homicídio culposo contra Alec Baldwin nesta sexta-feira (8/12) após uma audiência dramática, encerrando o processo contra o ator pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchens. A decisão ocorreu durante uma longa e dramática sessão de tribunal em Santa Fé, onde foram discutidas acusações de que a polícia e os promotores esconderam evidências cruciais para a defesa.

Ocultação de provas e renúncia de promotor

O assunto foi abordado pela primeira vez na quinta-feira (11/7), quando a defesa de Badwin interrogou uma perita. Ela confirmou ter recebido diversas balas do set de filmagens e as deixado fora do caso, seguindo ordens.

No início da audiência desta sexta (12/7), a juíza Mary Marlowe Sommer, usando luvas cirúrgicas, abriu um saco de evidências contendo a munição. Os advogados de Baldwin afirmam que o escritório do xerife de Santa Fé e os promotores ocultaram essas munições, que poderiam inocentar seu cliente.

Em seguida, a defesa apresentou uma moção para encerrar o caso, alegando que promotores e o xerife de Santa Fé agiram de má fé ao esconder as balas, que surgiram em março, após o julgamento da armeira do filme, Hannah Gutierrez-Reed. Em 6 de março, o ex-policial de Arizona, Troy Teske, entregou munições ao escritório do xerife, incluindo cartuchos que combinavam com a bala que matou Hutchins. Estas munições não foram inventariadas no caso “Rust” nem apresentadas à defesa durante a visualização das evidências em 16 de abril.

No final do dia, a promotora especial Kari Morrissey chamou-se ao banco das testemunhas e, durante o interrogatório pelo advogado de Baldwin, Alex Spiro, confirmou a renúncia do promotor Erlindo Ocampo Johnson.

Arquivamento e gancho para novos capítulos

Após os desdobramentos, a juíza Sommer dispensou o júri e decidiu favoravelmente sobre a moção da defesa para encerrar o caso.

“A descoberta tardia dessas evidências impactou a justiça fundamental do processo”, afirmou a magistrada ao arquivar o caso com prejuízo, o que significa que Baldwin não pode ser julgado novamente. “Não há como o tribunal corrigir esse erro. A sanção de arquivamento é o único remédio justificado.”

Os advogados de Baldwin comemoraram a decisão, enquanto o ator foi visto chorando no tribunal.

Entretanto, o caso teve um “gancho” para novos capítulos. Matthew Hutchins, viúvo de Halyna, reabriu seu processo por morte injusta contra os produtores de “Rust” devido a pagamentos não realizados de um acordo anterior. “Respeitamos a decisão do tribunal e esperamos apresentar todas as provas a um júri, e responsabilizar o Sr. Baldwin por suas ações na morte sem sentido de Halyna Hutchins”, disse o advogado do viúvo, Brian Panish, que vai buscar agora compensação financeira na Justiça Civil.

Caminho conturbado até as acusações

Baldwin era acusado de homicídio involuntário após o disparo de um revólver durante ensaio de uma cena do filme “Rust” em outubro de 2021, que resultou na morte de Hutchins e ferimentos no diretor Joel Souza. (Nenhuma acusação foi feita em relação ao ferimento do diretor.)

O ator foi inicialmente indiciado em janeiro de 2023, com os promotores alegando que ele deveria ter assumido que a arma estava carregada e seguido as regras de segurança. Ele recebeu a arma do produtor assistente David Halls, que lhe disse que ela não continha munição real.

David Halls assinou um acordo judicial, assumindo culpa pela acusação de uso negligente de uma arma letal. Os termos do seu acordo incluem uma sentença suspensa e seis meses de liberdade condicional.

Além de Balwin, Hannah Gutierrez-Reed, armeira responsável pela segurança do revólver, também foi a julgamento e acabou condenada a 18 meses de prisão por homicídio involuntário.

Em sua defesa, o ator de 66 anos, que também era produtor do filme, afirmou que a arma não deveria conter balas reais e, além disso, ela disparou sem que ele tivesse puxado o gatilho, uma versão contestada pela promotoria.

Uma análise forense da arma indicou que Baldwin teria puxado o gatilho, contradizendo suas alegações. Mas os advogados do ator argumentam que a arma foi danificada durante os testes do FBI, impossibilitando a análise adequada por parte da defesa. Desde esse problema, a equipe jurídica de Baldwin acusa os promotores de reterem evidências que poderiam inocentar seu cliente.