Caso Djidja | Delegado diz que seita também usava chás, cogumelos e anabolizante

As investigações da polícia também apontam que a família Cardoso pretendia abrir uma clínica veterinária para facilitar a compra de cetamina

Instagram/Cleusimar Cardoso

O delegado Cícero Túlio, que investiga a morte de Djidja Cardoso, afirmou que a seita religiosa “Pai, Mãe, Vida” promovia o uso indiscriminado de chás alucinógenos, cogumelos, além da cetamina (também conhecida como cetamina) e anabolizante potenay. A informação foi revelada logo após a detenção de José Máximo Silva de Oliveira, o dono da clínica veterinária que fornecia a droga.

Conforme o delegado, na 2ª fase da Operação Mandrágora foram apreendidos equipamentos eletrônicos, computadores e documentos referentes aos pet shops e clinicas veterinárias que foram alvo de busca e apreensão, além de produtos químicos, como o anabolizante potenay.

“Esse anabolizante era comercializado [pela Max Pet] e destinado para essa família durante os rituais que eram realizados dentro da casa da família Cardoso”, afirmou Túlio ao jornal A Crítica.

Anabolizante

Potenay é o nome de um medicamento veterinário composto por vitaminas e uma metanfetamina (estimulante). A indicação de uso é para aumentar o tônus muscular e estimular o sistema circulatório em equivos e bovinos que apresentam déficit vitamínico e sistema imunológico enfraquecido.

Os efeitos do Potenay costumam atrair fisiculturistas que almejam força e resistência em seus treinos. O uso do medicamento veterinário como pré-treino faz os músculos parecerem maiores e ainda aumenta a capacidade de levantamento de peso. As autoridades alertam para os diversos prejuízos à saúde, já que o uso causa dependência.

Clínica veterinária

No domingo (9/6), o delegado Cícero Túlio também contou ao “Fantástico” que as investigações do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus, apontam que a família Cardoso pretendia abrir uma clínica veterinária para facilitar a compra de drogas.

“As conversas mantidas e que foram objetos de análise durante a quebra de sigilo de dados telemáticos apontam que existia um interesse daquele grupo familiar, daquela seita em realizar a abertura de uma clínica veterinátia para fins de facilitar a compra desse tipo de material”, afirmou o delegado.

Além disso, o CNPJ de uma das unidades do salão de beleza de Djidja, Belle Femme, consta a classificação de “atividades adicionais serviços veterinários, venda de animais e produtos para pets”. A Polícia vai investigar se o estabelecimento também era utilizado nas compras de cetamina.

Relembre o caso

Djidja Cardoso foi encontrada morta com suspeita de overdose dentro de casa em Manaus no dia 28 de maio. A família Cardoso já era investigada por liderar um grupo religioso que usava cetamina em rituais. As investigações apontam que algumas vítimas passaram por violência sexual, cárcere privado e aborto.

A polícia começou a investigação quando o pai da companheira de Ademar Cardoso, irmão de Djidja, resgatou a filha dopada e a levou à delegacia, relatando os fatos há cerca de 40 dias. Os rituais da seita prometiam “transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação” com o uso de drogas.