O ex-produtor de cinema Harvey Weinstein compareceu a um tribunal de Manhattan nesta quarta-feira (1/5), menos de uma semana após o Tribunal de Apelações de Nova York anular sua condenação de 2020 por estupro. Foi a primeira vez que Weinstein foi visto em público desde que sofreu uma segunda condenação por estupro em um tribunal de Los Angeles, em fevereiro de 2023, ocasião em que foi sentenciado a 16 anos de prisão.
Na última quinta-feira, o tribunal superior de Nova York decidiu, por 4 a 3, que o juiz no julgamento de Weinstein em 2020 errou ao permitir que mulheres testemunhassem sobre alegações que não faziam parte do caso. Com isso, a condenação há 23 anos de prisão em Nova York foi anulada, mas Weinstein permanece sob custódia devido à condenação em Los Angeles.
Três mulheres testemunharam no julgamento de Nova York como “testemunhas de atos negativos anteriores” para estabelecer um padrão de mau comportamento e agressão de Weinstein. O Tribunal de Apelações decidiu que seus depoimentos distraíram o júri das acusações pelas quais ele estava sendo julgado, o que levou à anulação da condenação.
Preparação para novo julgamento
Como ser informado de sua situação, Weinstein foi conduzido, em uma cadeira de rodas, para uma nova audiência lotada de jornalistas, advogados e diversas autoridades. A advogada Gloria Allred e a acusadora de Weinstein, Jessica Mann, estavam presentes no tribunal quando o Gabinete do Promotor Distrital de Manhattan indicou que buscará um novo julgamento ainda neste ano.
O juiz Curtis Farber, do circuito de Nova York, sugeriu durante a audiência que o novo julgamento deve acontecer após o Dia do Trabalho dos EUA, que ocorre em 2 de setembro.
Após a vitória na anulação do julgamento original, os advogados de Weinstein também estão recorrendo de sua condenação em Los Angeles, que pode estar vulnerável após a revisão do veredito de Nova York.
Quem foi Harvey Weinstein
Weinstein representou o ponto de partida de uma série de denúncias de abuso e assédio sexual em 2017, que marcou o início dos movimento #MeToo. Ele chegou a ser acusado de abuso por mais de 100 mulheres, incluindo atrizes vencedoras do Oscar. Antes disso, era considerado o produtor mais poderoso de Hollywood, vencedor de inúmeros Oscars e mais agradecido nas cerimônias da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos que o próprio Deus.
Entre os filmes que ele produziu estão “Pulp Fiction” (1994), “Shakespeare Apaixonado” (1998), “O Paciente Inglês” (1996), “Gênio Indomável” (1997), “Chicago” (2002), “Gangues de Nova York” (2002), “Frida” (2002), “Sin City: A Cidade do Pecado” (2005), “Bastardos Inglórios” (2009) e “O Lado Bom da Vida” (2012).