A Lionsgate divulgou o primeiro trailer do remake de “O Corvo”, marcado por violência extrema e o capricho visual característico dos filmes de Rupert Sanders – diretor de “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” (2017) e “Branca de Neve e o Caçador” (2012).
Tanto a versão original de 1994, estrelada pelo falecido Brandon Lee, quanto a nova adaptação são baseadas na graphic novel homônima de James O’Barr, e ambas tomam liberdades com a história. No remake, Bill Skarsgård (“Noites Brutais”) interpreta Eric Draven, que é assassinado ao lado de sua namorada Shelly (a cantora FKA Twigs) por criminosos que invadem seu lar. Vagando em um limbo entre a vida e a morte, Eric recebe a chance de voltar ao plano terreno e executar uma vingança contra seus assassinos. Mas ele não retorna como era, podendo resistir a tiros, explosões de espingarda e facadas como se não fossem nada.
O trailer mostra uma montagem de violência brutal, incluindo uma cena em que Eric atira através de seu próprio peito para derrubar um atacante e remove uma espada fincada em seu corpo para terminar o trabalho.
A maldição de “O Corvo”
A versão original de “O Corvo” foi dirigida por Alex Proyas e apresentou a estrela em ascensão Brandon Lee, filho de Bruce Lee, como Eric Draven. Durante a produção, Lee morreu durante uma cena com tiros – supostamente – de festim no set do filme. Sua trágica morte aos 28 anos provocou um clamor e lançou uma sombra sobre o filme, mas ele foi eventualmente concluído e distribuído pela Miramax.
A história tornou o filme amaldiçoado, pelo menos para o estúdio Relativity, que faliu enquanto desenvolvia o projeto do atual remake, sem recuperar os gastos. A empresa gastou mais de US$ 20 milhões com a pré-produção sem ter filmado uma cena sequer – foram gastos em desenvolvimento, roteiros não filmados, adiantamentos de contratos, reserva de estúdios, locações etc, tudo perdido. Para recuperar parte das despesas, os direitos de filmagem foram vendidos bem baratinho para os atuais produtores.
O remake seria originalmente dirigido por Stephen Norrington (“A Liga Extraordinária”) e estrelado por Mark Wahlberg (“Transformers: O Último Cavaleiro”), os primeiros a desistirem há 12 anos. Seus substitutos, o ator Bradley Cooper (“Maestro”) e o diretor Juan Carlos Fresnadillo (“Extermínio 2″), foram, respectivamente, substituídos por Luke Evans (“Drácula – A História Nunca Contada”) e F. Javier Gutierrez (“3 Dias”). Jack Houston (“Ben-Hur”) virou a opção seguinte, antes de Jason Momoa (“Aquaman”) se candidatar, sob direção de Corin Hardy – que na época tinha apenas um longa em seu currículo, o terror “A Maldição da Floresta”.
O roteiro que Hardy ia filmar tinha sido escrito por Jesse Wigutow (“Acontece Nas Melhores Famílias”), que também era responsável por escrever a sequência abortada de “Tron: O Legado” (2010). Mas o estúdio não ficou satisfeito e encomendou outra nova versão para o roqueiro Nick Cave (!!!) e Cliff Dorfman (“Guerreiro”). Embora mais conhecido como cantor e compositor, Cave já escreveu mesmo alguns filmes, entre eles “A Proposta” (2005) e “Os Infratores” (2012), ambos dirigidos por John Hillcoat.
Só que Momoa e Hardy desistiram da produção poucas semanas antes da data marcada para o início das filmagens. Com isso, a produção chegou na configuração final, estrelada por Bill Skarsgård, dirigida por Rupert Sanders e escrita por Zach Baylin, indicado ao Oscar por “King Richard” (2022).
Assim como o personagem, o filme de “O Corvo” insistiu muito para voltar à vida após ser dado como morto. A estreia está marcada para 26 de setembro no Brasil, mais de 70 dias após o lançamento nos Estados Unidos.