O Serviço Federal de Monitoramento Financeiro da Rússia (Rosfinmonitoring) adicionou o que chama de “movimento LGBT internacional” à sua lista de indivíduos e entidades “terroristas e extremistas”. A decisão ocorre após a Suprema Corte russa, em novembro, declarar o movimento como “extremista”, efetivamente proibindo o ativismo LGBT no país.
Implicações da inclusão na lista
A lista, mantida pelo Rosfinmonitoring, tem o poder de congelar contas bancárias de entidades específicas mencionadas. Abrange mais de 14 mil pessoas e entidades, desde a al-Qaeda até a empresa americana Meta, dona do Facebook e do Instagram, além de associados a Alexei Navalny, dissidente que morreu em uma prisão no Ártico, aos 47 anos.
Repressão às minorias sexuais
Desde o início da Guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o governo de Vladimir Putin têm reprimido cada vez mais as minorias sexuais. Na quarta-feira (20/3), as autoridades anunciaram que os gerentes de um bar na região dos Urais, detidos provisoriamente por “extremismo LGBTQIA+”, agora podem pegar até dez anos de prisão.
Este é o primeiro caso criminal desse tipo, embora vários cidadãos russos tenham sido condenados nas últimas semanas a multas por publicar fotos com bandeiras do arco-íris ou, no caso de duas mulheres, por publicar um vídeo delas se beijando na Internet.
Legislação russa sobre LGBT
Desde 2013, uma lei na Rússia proíbe a “propaganda” de “relações sexuais não tradicionais” entre menores de idade. A legislação foi ampliada no final de 2022, para proibir qualquer forma de “propaganda” LGBT na mídia, na Internet, em livros e filmes. Em julho de 2023, os deputados russos também votaram uma lei que proíbe operações cirúrgicas e terapias hormonais para pessoas transgênero.