O ator M. Emmet Walsh, conhecido por interpretar personagens memoráveis com uma mistura única de comicidade e intensidade, faleceu na terça-feira (19/3) em St. Albans, Vermont, nos Estados Unidos. Ele sofreu uma parada cardíaca aos 88 anos de idade.
Nascido em 22 de março de 1935, em Ogdensburg, Nova York, Walsh teve uma trajetória rica e variada, que incluiu trabalhos em teatro, televisão e como dublador. Seus inúmeros papéis no cinema mostram sua versatilidade, indo de comédias a dramas intensos.
Com uma carreira abrangendo mais de 230 créditos, Walsh se destacou por sua habilidade em encarnar cada personagem com uma presença única, seja como um coletor de lixo, um porteiro, um agente da lei ou um vilão complexo. “Eu faço o homem comum. E também jogo duro”, ele declarou sobre sua filmografia. Entre seus primeiros papéis, destacam-se um sargento de recrutamento no exército em “Deixem-nos Viver” (1969), um guarda prisional em “O Pequeno Grande Homem” (1970), um apostador de Las Vegas em “O Jogador” (1974), um porteiro em “O Prisioneiro da Segunda Avenida” (1975), um treinador de natação em “Gente como a Gente” (1980), o chefe de polícia em “Criaturas” (1986) e um governador em “Rebelião em Milagro” (1988), pequenos papéis numa coleção de filmes clássicos.
Papéis mais marcantes
Ele começou a ser mais notado a partir de performances como o atirador implacavelmente demente determinado a matar Steve Martin em “O Panaca” (1979) e pelo papel de Bryant em “Blade Runner” (1982), o capitão de polícia que recruta Rick Deckard (Harrison Ford) para sua missão de caçar replicantes renegados.
Mas sua interpretação mais marcante é inegavelmente a de Loren Visser em “Sabor de Sangue” (1984), um detetive privado sem escrúpulos, que se envolve em um emaranhado de traição e assassinato, na trama noir responsável por lançar os irmãos Coen no cinema.
Walsh também emprestou sua voz a documentários premiados e animações, e também apareceu em séries renomadas, demonstrando sua habilidade de adaptar-se a diferentes mídias e gêneros.
O ator não deixa filhos e nunca se casou. Como ele explicou em uma entrevista em 2015, “se você se casa com outro ator, sempre há competição. E se você se casa com um ‘civil’, eles não entendem o que você está fazendo e por que você tem que viajar para, digamos, Nova Scotia, por vários meses. Além disso, eu nunca conheci uma mulher que fosse estúpida o suficiente para achar que eu era um grande partido!”