O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) multou a comentarista da Jovem Pan Pietra Bertolazzi em R$ 30 mil nesta quinta (7/3). Ela foi condenada por veiculação de notícias falsas sobre a primeira-dama Janja da Silva durante as eleições de 2022.
Pietra Bertolazzi disse num comentário que, “enquanto você tem ali a Janja abraçando o Pabllo Vittar e fumando maconha, fazendo sei lá o quê, você tem uma mulher impecável representando a direita, os valores, a bondade, a beleza: Michelle [Bolsonaro]”.
A frase teve bastante repercussão durante as eleições e a Corte entendeu que o comentário tinha intenção de prejudicar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Por isso, a fala foi enquadrada como veiculação de fake news e ataque de ódio à cônjuge do candidato. Presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes disse que Bertolazzi “praticava dia e noite discurso de ódio” em uma “campanha negativa descarada”.
Pauta de costumes e sexismo
Moraes afirmou que, ao associar Janja ao consumo de maconha e criticar sua relação com a cantora Pablo Vittar, Bertolazzi entrou em pautas de costume e, por a declaração ter sido feita dentro do contexto eleitoral, poderia ser punida pela Corte.
“Ao ofender a mulher do então candidato Lula, hoje primeira-dama, a ofensa realizada partia das ideias de uma pauta de costumes e discurso de ódio exatamente para colocar a preferência sobre um candidato [Jair Bolsonaro]”, disse Alexandre de Moraes.
O ministro André Tavares concordou que a declaração de Bertolazzi quis atingir Lula, “ainda que indiretamente”.
Já a ministra Cármen Lúcia acrescentou que o discurso de ódio contra a mulher costuma ter vertente sexista. “O discurso de ódio é diferente entre homens e mulheres. Contra os homens, é de uma natureza. Contra a mulher, é sexista, de costumes, extremamente violento, desqualificando para atingir a família”, afirmou.