As melhores séries lançadas em fevereiro nas plataformas de streaming

Destaques do período incluem "Halo", "Xógum", "The New Look", "Sr. e Sra. Smith" e "Avatar: O Último Mestre do Ar". Confira o Top 10 completo

Divulgação/Paramount+

Com uma seleção marcada por superproduções, entre batalhas do futuro e do passado, os melhores lançamentos de fevereiro em streaming se destacam pelo clima cinematográfico. A lista é uma forma de lembrar aos leitores o que se destacou em meio à avalanche de conteúdo das plataformas – já que alguns títulos podem passar batidos diante da quantidade de opções. Há opções para todos os gostos e idades, de adaptação de videogame espacial a drama sobre a História da Moda. Fica a dica para quem possa ter deixado passar algum dos principais títulos do período.

 

HALO 2 | PARAMOUNT+

 

A adaptação do videogame do Xbox deu uma guinada criativa e melhorou muito em sua 2ª temporada, ao ampliar as cenas de ação, concentrando-se no embate entre a Aliança Covenant (os invasores alienígenas) e a UNSC (as forças da humanidade). Essa mudança de direção é acompanhada pelo sumiço inicial de personagens como a Dra. Halsey, interpretada por Natascha McElhone, e a inteligência artificial Cortana, papel de Jen Taylor – que, entretanto, não saíram da série. Sob a liderança do novo showrunner David Wiener (“Admirável Mundo Novo”), a narrativa coloca Master Chief, vivido por Pablo Schreiber, no coração da trama, trazendo uma abordagem mais fiel ao espírito da franquia de jogos, com um foco renovado nas operações militares e nas batalhas contra as temíveis elites do Covenant.

O novo tom fica claro no esforço para aprimorar os aspectos visuais e temáticos da série. Os primeiros minutos capturam a atenção com uma sequência de abertura dinâmica, que apresenta a equipe Spartan em uma missão de resgate tensa, destacando a estratégia e a coordenação do grupo enquanto tenta salvar uma comunidade sob ameaça. Trata-se de uma das melhores sequências já vistas na série, mostrando uma evolução na abordagem narrativa com mais elementos de ficção científica e ação. Mas até isso empalidece diante do quarto episódio, um espetáculo de ação com cenas de plano contínuo e lutas sob fogo intenso durante a invasão e a queda de Reach, o planeta sede da UNSC – um fato marcante dos games.

As cenas movidas a adrenalina são acompanhadas por novas dinâmicas dentro da UNSC, com a chegada de um novo personagem: James Ackerson, interpretado por Joseph Morgan (“The Originals”), que traz consigo novas intrigas e conflitos. Ele é responsável por uma estratégia traiçoeira diante do ataque devastador contra a humanidade, que deixa os supersoldados do programa Spartan despreparados e na função de última linha de defesa numa batalha destinada à derrota, em que a única “vantagem” dos protagonistas é lutar até o fim por serem heróis. O resultado é devastador para os personagens e excelente para os espectadores.

 

XÓGUM | STAR+

 

A adaptação do famoso romance de James Clavell, que já foi transformado numa minissérie premiada em 1980, é um épico autêntico, com cenas panorâmicas e imersivas de guerra, jogos de poder e um painel abrangente do Japão feudal. O lançamento é especialmente recomendado para quem estava com saudades de uma aventura adulta, cheia de sutilezas, mas também violência como em “Game of Thrones”.

Na trama, um marinheiro britânico chamado John Blackthorne sobrevive a um naufrágio na costa japonesa do século 17, é capturado, enfrenta provações, tenta se tornar um samurai e se envolve na complexa teia política do país, virando confidente de Lorde Toronaga, um poderoso aristocrata que pretende ascender ao xogunato (a liderança feudal). O status do marinheiro é abalado pela presença de Lady Mariko, que faz Blackthorne balançar e reconsiderar suas prioridades, tendo que escolher entre o coração, a ambição, a coragem e a honra – assim como a própria Mariko, uma espadachim exímia, cuja família caiu em desonra e a forçou a um casamento infeliz.

Apesar de toda a sua brutalidade, a série mantém o romance proibido da primeira versão sem cair no fetichismo cultural do seu antecessor. Mas desta vez a história não se resume à simplificação do homem estranho em uma terra estranha, que conquistou o público dos anos 1980 e o Emmy de Melhor Minissérie. A produção a cargo dos roteiristas Justin Marks (“Mogli – O Menino Lobo”) e a estreante Rachel Kondo conta uma trama muito mais abrangente, que não diminui a importância dos personagens japoneses, antigamente coadjuvantes em sua própria História, graças à abordagem colonialista da obra literária original.

O elenco destaca Cosmo Jarvis (“Peaky Blinders”) como Blacktorne, a cantora Anna Sawai (integrante do grupo de J-Pop feminino FAKY) no papel de Mariko e Hiroyuki Sanada (“Mortal Kombat”) na pele de Toronaga, num desempenho de dar orgulho ao icônico ator japonês Toshirô Mifune (“Os Sete Samurais”), intérprete do Xógum de 1980.

 

THE NEW LOOK | APPLE TV+

 

O drama biográfico mergulha no universo da alta costura parisiense para acompanhar as figuras icônicas de Christian Dior e Coco Chanel durante a ocupação nazista da França na 2ª Guerra Mundial. O tom é dado pela música tema de abertura, que utiliza o som das máquinas de costura quase como tiros de metralhadora, com crescendos acelerados. Enquanto Chanel navega pelas águas turbulentas da colaboração, envolvendo-se com figuras do regime nazista, Dior emerge como um talento ainda não consolidado, criando vestidos para esposas de nazistas, mas mais próximo da resistência. A série se aprofunda nas escolhas morais e nas consequências que tais decisões acarretam para ambos, seja na colaboração com o inimigo ou na luta silenciosa através da arte da moda.

Juliette Binoche (“A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell”) brilha no papel de Chanel, trazendo à tona as complexidades de uma mulher determinada a manter seu padrão de vida, mesmo diante das adversidades impostas pelo conflito. Já Ben Mendelsohn (“Rogue One”) traz à tela um retrato matizado de Dior, que ganha uma dimensão dramática diante do destino de Catherine Dior, interpretada com fervor por Maisie Williams (“Game of Thrones”). A irmã mais nova de Dior e membro ativo da Resistência Francesa torna-se uma figura central na narrativa ao ser capturada, torturada e enviada a um campo de trabalhos forçados. A busca de Dior por sua irmã, movida por uma mistura de culpa e devoção, adiciona um senso de urgência e profundidade emocional à história, destacando o contraste entre o brilho do mundo da moda e a escuridão da guerra. Catherine acabou sendo uma grande inspiração para o estilista que, ao lançar seu primeiro perfume em 1947, escolheu o nome “Miss Dior” como uma forma direta de prestar tributo à irmã, como um símbolo da força feminina e da resistência.

Com uma riqueza visual que abrange desde os luxuosos interiores do Ritz até os tenebrosos campos de concentração nazistas, e uma trilha que combina canções da época com covers modernos, a série tem roteiro, direção e produção de Todd A. Kessler, criador de “Damages” e “Bloodline” – a última, por sinal, estrelada por Mendelsohn. O título é inspirado pela coleção lançada por Dior logo após a guerra, em 1947, que popularizou o blazer, saias plissadas e mais curtas na altura dos joelhos, estampas de animais e cinturas muito finas, mudando o perfil da moda feminina ao destacar a silhueta das mulheres de forma elegante. O nome do design veio de uma fala espontânea da editora da revista Harper Bazaar, Carmel Snow, que ao ver os figurinos da coleção exclamou: “É uma verdadeira revolução querido, querido Christian! Seus vestidos têm um visual totalmente novo! (new look)”.

 

SR. E SRA. SMITH | PRIME VIDEO

 

Apesar do título, a única em comum entre a série e o filme homônimo de 2005 é que a trama gira em torno de John e Jane Smith, um casal aparentemente comum que esconde um segredo. Todo o resto é diferente, mas para melhor. Enquanto no filme Brad Pitt e Angelina Jolie eram um casal de espiões experientes que não sabia do segredo um do outro, na série os dois são agentes iniciantes que fingem um relacionamento para sua missão.

Donald Glover (“Atlanta”) e Maya Erskine (“PEN15”) vivem o casal do título, que vão se conhecendo conforme compartilham cenas de ação e atividades domésticas, enquanto mentem para todos sobre o que realmente fazem. A falta de familiaridade entre eles alimenta o humor dos episódios, em meio a situações de adrenalina máxima.

Além dos protagonistas, o elenco conta com muitos famosos, incluindo o brasileiro Wagner Moura (“Iluminadas”), Alexander Skarsgard (“O Homem do Norte”), Parker Posey (“Perdidos no Espaço”), Eiza González (“Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw”), Ron Perlman (“Sons of Anarchy”), Michaela Coel (“I May Destroy You”), Sharon Horgan (“Catastrophe”), Sarah Paulson (“American Horror Story”), Úrsula Corberó (“La Casa de Papel”), John Turturro e Paul Dano (ambos de “Batman”).

Além de atuar, Glover assina a criação e os roteiros com Francesca Sloane, que trabalhou com o ator em “Atlanta”.

 

TOKYO VICE 2 | MAX

 

Concebida originalmente como minissérie, a atração retorna após boa recepção, com o principal policial da história, vivido por Ken Watanabe (“Godzilla 2”), dizendo ao protagonista que ele tem mais histórias de crimes para revelar.

A série se passa no submundo da Yakuza e se baseia no livro-reportagem de Jake Adelstein, em que o jornalista relatou sua experiência nos dois lados da Lei em Tóquio, descrevendo o estilo de vida violento da máfia japonesa e a corrupção no departamento de polícia da capital. Estrelada por Ansel Elgort (“Amor, Sublime Amor”) no papel de Adelstein, a série também destaca em seu elenco Hideaki Ito (“Memórias de um Assassino”), Shô Kasamatsu (“O Diretor Nu”), Tomohisa Yamashita (“The Head: Mistério na Antártida”), Rachel Keller (“Legion”), Ella Rumpf (“Raw”) e Rinko Kikuchi (“Círculo de Fogo”).

A produção de grife é assinado por dois cineastas famosos: Destin Daniel Cretton (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”) e o veterano Michael Mann (“Ferrari”).

 

AVATAR: O ÚLTIMO MESTRE DO AR | NETFLIX

 

A adaptação live-action da famosa série animada “Avatar: A Lenda de Aang” é a grande aposta da Netflix neste começo de ano. Com escala épica e muitos efeitos visuais, a superprodução que dá carne e osso à atração animada da Nickelodeon se passa em um mundo dividido em quatro nações: as Tribos da Água, o Reino da Terra, a Nação do Fogo e os Nômades do Ar. Neste universo, os “Dobradores” são pessoas que têm a habilidade de manipular e controlar telecineticamente o elemento correspondente à sua nação, usando gestos baseados em artes marciais chinesas. O “Avatar” é o único indivíduo com a habilidade de dobrar os quatro elementos, e principal esperança para impedir que a Nação do Fogo conquiste as demais com seus planos de guerra e dominação. O problema é que o poderoso, mas pequeno Aang ficou um século congelado e reluta em assumir o papel de Avatar num mundo onde não conhece ninguém.

A série é mais sombria e “madura” que o desenho clássico, graças a roteiros enxutos que transformam uma temporada de 20 episódios animados em 8 capítulos live-action. Apesar da concisão avançar rapidamente a trama e a ação, boa parte da diversão relacionada ao convívio dos personagens acabou cortada pela produção da Netflix.

De todo modo, essa saga já teve uma versão bem pior com atores reais. Em 2010, o cineasta M. Night Shyamalan lançou o filme “O Último Mestre do Ar”, que foi destruído pela crítica e não empolgou o público, encerrando os planos da Paramount para transformar “Avatar: A Lenda de Aang” numa franquia cinematográfica. Mas embora a série superior, nada supera o desenho, que era literalmente mais animado.

Inspirada por animes japoneses, a série original se tornou uma das animações mais populares da Nickeledeon. Além do sucesso nas telas, também venceu um Emmy e vários prêmios prestigiados, como o Annie, o Genesis e o Peabody Awards ao longo de suas três temporadas completas. Mesmo após o final da produção, suas histórias continuam em quadrinhos até hoje, além de terem dado origem a outro sucesso televisivo, “A Lenda de Korra”, atração derivada da história principal, que também foi criada por DiMartino e Konietzko, e durou mais quatro temporadas exibidas entre 2012 e 2014.

Anunciada em 2018, a adaptação atual sofreu grande atraso após os criadores do desenho, Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko, abandonarem a produção criticando a Netflix. Por isso, a empresa precisou recomeçar do zero, definindo Albert Kim (“Sleepy Hollow”) como showrunner, roteirista e coprodutor ao lado de Dan Lin (“Uma Aventura Lego”), Lindsey Liberatore (“Walker”) e Michael Goi (“American Horror Story”).

O elenco é liderado pelo ator Gordon Cormier (“The Stand”) como o jovem Aang, mestre dos quatro elementos e guardião do equilíbrio e da paz no mundo, acompanhado por Kiawentiio (“Anne With an E”) como Katara e Ian Ousley (“13 Reasons Why”) como Sokka, que são perseguidos por Dallas Liu (“PEN15”) como Zuko, enquanto se juntam para derrotar o Senhor do Fogo Ozai (Daniel Dae Kim, de “Lost”), visando encerrar a guerra e salvar o mundo.

 

MALDITO DIA DE SORTE | PARAMOUNT+

 

O suspense sul-coreano segue Oh Taek, um taxista interpretado por Lee Sung-min (“Vingança pelo Passado”), que fica em uma situação perigosa ao pegar um passageiro incomum, Geum Hyeok-soo, vivido por Yoo Yeon-Seok (“Oldboy”). Geum afirma ser um assassino em série e essa revelação desencadeia uma série de eventos que colocam Oh Taek em uma situação de vida ou morte, forçando-o a confrontar dilemas morais enquanto luta por sua sobrevivência.

Dirigida por Pil Gam-sung (“Hostage: Missing Celebrity”), a série se destaca por sua execução cinematográfica e pela maneira como constrói suspense e tensão ao longo dos episódios. Utilizando uma abordagem visual que enfatiza sequências contínuas e dinâmicas, a atração mantém os espectadores engajados através de uma mistura de drama psicológico e ação intensa, enquanto mergulha em temas como a natureza do mal, a redenção e as consequências de nossas escolhas. O enredo é habilmente tecido para revelar gradualmente as camadas de cada personagem, equilibrando elementos de thriller com questões humanas profundas, numa jornada repleta de reviravoltas inesperadas e confrontos éticos.

 

BOM DIA, VERÔNICA 3 | NETFLIX

 

A série brasileira que estreou em 2020 chega à sua 3ª e última temporada, apresentando-se como mais do que apenas um thriller policial. Com Tainá Müller e Rodrigo Santoro liderando o elenco, a série evoluiu em suas temáticas ao longo das temporadas, começando com foco na violência doméstica e feminicídio, passando pelo fundamentalismo religioso e corrupção, até chegar à denúncia do conservadorismo presente em diferentes estruturas sociais brasileiras na fase derradeira, intitulada “A Caçada Final”. Como nas temporadas anteriores, a série volta a provocar debates sobre questões sociais importantes, especialmente relacionadas ao papel da mulher na sociedade.

Criada e roteirizada por Raphael Montes e Ilana Casoy (ambos de “A Menina que Matou os Pais”), a atração confrontou a heroína feminina com um contraponto masculino diferente em todas as temporadas. Primeiro foi Eduardo Moscovis, como um policial serial killer, e depois Reynaldo Gianecchini, como um guia espiritual estuprador. Na 3ª temporada, Rodrigo Santoro surge como a nova ameaça, interpretando um personagem misterioso que domina os cavalos da enorme fazenda onde mora, e que gostaria de dominar também Verônica. Ela encontra o personagem durante sua investigação sobre a organização Cosme e Damião, desvendando subterrâneos de poder e influência nas esferas sociais e políticas do país.

O encerramento se dá de forma enxuta, em apenas três capítulos, que abraçam os aspectos mais fantasiosos da narrativa, aproximando-se das convenções dos quadrinhos de super-heróis e dos filmes de Quentin Tarantino. Isso é evidenciado numa cena brutal entre Giaccheni e Santoro, e na construção do clímax final, onde o confronto entre Verônica e o vilão interpretado por Santoro culmina em uma cena de ação intensa e simbólica. A direção é de José Henrique Fonseca, que já tinha trabalhado com Santoro no filme “Heleno: O Príncipe Maldito” (2011), e o elenco ainda destaca Maitê Proença como a mãe perigosa do personagem de Santoro e a volta de Klara Castanho como filha do personagem de Gianecchini.

 

CONSTELAÇÃO | APPLE TV+

 

A ficção científica acompanha uma astronauta que vai ao espaço e não volta a mesma. Noomi Rapace (“Prometheus”) vive Jo, uma astronauta sueca que participa de uma longa missão na Estação Espacial Internacional, quando um experimento encomendado pelo ex-astronauta e cientista Henry (interpretado por Jonathan Banks, de “Better Call Saul”) dá errado de forma trágica. Ao retornar à Terra, tudo lhe parece estranho. Jo se depara com descompassos em sua realidade, percebendo discrepâncias que vão desde a cor do carro da família até o esquecimento da língua sueca por parte de sua filha, Alice. A jovem Alice, interpretada pelas gêmeas Davina e Rosie Coleman, emerge como a consciência emocional da história, desempenhando um papel crucial na busca por respostas sobre as alterações na vida de sua mãe.

A trama começa como um thriller psicológico com elementos de horror espacial, mas à medida que se desenrola, transforma-se em um drama familiar com um toque de mistério. Contada através de várias linhas do tempo e perspectivas diferentes, a narrativa pode ser confusa para alguns espectadores. No entanto, consegue manter o interesse ao longo dos episódios, graças à atuação sólida de Rapace e Banks e à direção habilidosa de Michelle MacLaren, vencedora de dois Emmys por seu trabalho em “Breaking Bad”.

Apesar de suas qualidades, “Constellation” pode ser desafiadora devido ao seu ritmo lento e à repetição de ideias. A série parece esticar uma trama que poderia ser contada de forma mais concisa, e sua abordagem paciente não é um grande atrativo. No entanto, também oferece momentos de tensão e suspense, e seu mistério é daqueles que mantém os espectadores adivinhando até o fim. Mas atenção: o fim não é realmente o final da história, apenas da temporada. “Constelação” não é uma minissérie.

 

STAR WARS: THE BAD BATCH 3 | DISNEY+

 

A produção animada da Lucasfilm retorna para sua 3ª e última temporada, concluindo a história abrangente e trágica do que aconteceu com todos os clones em “Star Wars” após o surgimento do Império Galáctico. A série explora a natureza circular do imperialismo e até mesmo aborda filosofias marxistas, tudo sob a fachada amigável de “Star Wars”. Nos episódios, isso pode ser visto na forma como os clones, que são essencialmente uma classe trabalhadora criada para servir ao Império, começam a questionar seu papel e lutar por sua autonomia e liberdade.

Ao abordar um período de transição de “Star Wars”, entre “A Vingança dos Sith” e “Uma Nova Esperança”, a trama mostra como o Império descarta os clones, considerando-os obsoletos, e os substitui por stormtroopers. Essa mudança não tem apenas implicações significativas para os clones, mas também lança luz sobre a natureza opressiva do Império – que, ao mesmo tempo, ainda usava a tecnologia de clonagem para seus próprios fins sinistros.

A temporada é marcada por uma animação impressionante, com o estilo da Lucasfilm amadurecendo ao longo dos anos, apresentando movimentos fluidos e ambientes ricos em detalhes. A trama encontra Omega (Michelle Ang) e Crosshair (Dee Bradley Baker) presos em uma instalação de clonagem do Império. Eles estão separados e isolados, o que é uma mudança drástica em relação à camaradagem e ao trabalho em equipe que estavam acostumados. Os primeiros episódios exploram como eles lidam com essa nova realidade e as dificuldades que enfrentam, numa preparação para o que virá antes da grande final.