A 4ª temporada de “True Detective”, intitulada “Terra Noturna”, alcançou um marco significativo ao se tornar a temporada mais assistida da série antológica da HBO. A média de audiência dos episódios atingiu 12,7 milhões de espectadores nos Estados Unidos, ultrapassando a 1ª temporada, que havia registrado uma média de 11,9 milhões. Este cálculo considera a audiência acumulada por um período de 90 dias após a estreia de cada episódio, e soma o público da TV paga e da plataforma Max.
Detalhes da audiência
Apesar do sucesso expressivo em termos de visualizações totais, “True Detective: Terra Noturna” apresenta números inferiores na audiência estritamente televisiva em relação à sua 1ª temporada. Os primeiros quatro episódios do novo ano de produção alcançaram uma média de 642 mil espectadores no canal HBO, um número bem abaixo dos 2,6 milhões de espectadores da temporada inaugural. No entanto, é importante destacar que a disponibilidade de episódios em plataformas de streaming era mais restrita em 2014 e o maior acesso a Smart TVs facilita a distribuição da audiência entre os diferentes meios de visualização.
O recorde de “Terra Noturna” não se deu apenas dentro da própria série “True Detective”. A performance também se destaca em comparação com outras produções recentes da HBO. A 4ª temporada superou as médias de audiência de atrações de sucesso como “The White Lotus”, que teve uma média de 10,1 milhões de espectadores, e “Succession”, com 8,7 milhões. Este feito reassegura a decisão do canal de resgatar a série antológica, que ficou cinco anos sem lançar episódios.
Investigação sombria no Alasca
Ambientada na gélida localidade de Ennis, no Alasca, os novos episódios seguem a detetive Liz Danvers, interpretada por Jodie Foster (“Um Novo Despertar”), e sua parceira, Evangeline Navarro, papel de Kali Reis (“Catch the Fair One”), na investigação do desaparecimento de oito cientistas em um remoto centro de pesquisa. A direção é da mexicana Issa López, conhecida pelo premiado terror “Os Tigres Não Têm Medo” (2017), que usa sua experiência no gênero para combinar o mistério com elementos sobrenaturais.
Junto de cenas fortes, como a descoberta de um bloco gigante de carne formado por cinco corpos congelados, e uma abordagem atmosférica, que explora o ambiente hostil à vida humana, ainda há o retorno do símbolo em espiral que marcou a 1ª temporada. Para quem não lembra, ele foi associado ao Rei Amarelo, uma entidade misteriosa e aparentemente cósmica que inspirou ataques rituais e assassinatos. Embora o autor dos crimes originais tenha sido encontrado na temporada inaugural, os detalhes mais sutis sobre o que é o Rei Amarelo e de onde ele veio permaneceram um mistério, que retorna para assombrar os espectadores.
Para aumentar mais a tensão, a investigação é dificultada pela chegada da noite longa na cidade de Ennis, no Alasca, que deixa o lugar sem luz solar por vários dias. Essa situação ainda é agravada por graves falhas elétricas, que mergulham a região na escuridão.
A química entre Foster e Reis é o ponto alto da produção, com atuações intensas que capturam a essência de suas personagens. Foster, com uma presença marcante, expressa nuances emocionais complexas, enquanto Reis, com seu histórico no boxe, apresenta uma performance visceral e carregada de intensidade. O ótimo elenco da produção também conta com John Hawkes (“Três Anúncios para um Crime”), Christopher Eccleston (“The Leftovers”), Fiona Shaw (“Killing Eve”), Finn Bennett (“Domina”) e Anna Lambe (“Three Pines”).
Os atores Matthew McConaughey e Woody Harrelson, que estrelaram a aclamada 1ª temporada, são produtores executivos da atração, ao lado do criador da série, Nic Pizzolatto, que pela primeira vez não escreveu os episódios.