Filme de Jenna Ortega faz Sindicato de Hollywood criar regra para cenas sexuais

Após cena polêmica em “Miller’s Girl”, o Sindicato dos Atores decidiu alterar o regulamento para coordenadores de intimidade

Divulgação/Lionsgate

A repercussão de uma cena de sexo no filme “Miller’s Girl” entre Jenna Ortega (a “Wandinha”), que tem 21 anos, e Martin Freeman (“O Hobbit”), de 52 anos, levou o Sindicato de Atores de Hollywood (SAG-Aftra) a mudar uma regra importante, relacionada aos coordenadores de intimidade. Nos últimos anos, desde o estouro do movimento #MeToo, esses profissionais estão presentes nas filmagens para garantir o bem-estar dos atores durante as gravações de cenas sexuais. Entretanto, muitas vezes eles tem exposto detalhes incômodos da produção.

Com a nova regra, os coordenadores de intimidade só poderão falar publicamente sobre as cenas se tiverem a autorização dos atores envolvidos. “Os coordenadores de intimidade devem manter a confidencialidade do trabalho e da experiência de um ator na representação de cenas altamente sensíveis, a menos que tenham a permissão do ator para compartilhar publicamente essas informações”, afirmou o Sindicato em comunicado.

Revelações dos bastidores

A mudança ocorreu após Kristina Arjona, a coordenadora de intimidade de “Miller’s Girl”, dar uma entrevista ao Daily Mail sobre os bastidores da cena de Ortega com Freeman. “Muitas pessoas estiveram envolvidas nesse processo, conversando com ela [Ortega] para ter certeza que estava tudo em acordo e confortável para ela. Ela foi muito determinada e tinha certeza do que queria fazer. Parte do meu trabalho é apoiar as decisões dela. Me adapto em relação ao nível de conforto de cada ator, especialmente em uma produção desse tipo, com uma diferença de idade tão grande entre os protagonistas”, disse Arjona.

O filme

Lançado em janeiro nos EUA, “Miller’s Girl” explora a complexa relação entre uma estudante e seu professor. A trama se desenrola em torno de Cairo Sweet, interpretada por Jenna Ortega, uma jovem de 18 anos que vive isolada e encontra na literatura um refúgio para a solidão imposta pela ausência de seus pais, que viajam constantemente. Ao inscrever-se em um curso de escrita criativa, ela conhece Jonathan Miller, interpretado por Martin Freeman, um professor e autor publicado que desperta em Cairo não apenas admiração profissional, mas um interesse que rapidamente transcende o acadêmico.

A interação entre Cairo e Miller, inicialmente baseada em uma mútua apreciação pela literatura, evolui para um terreno perigosamente íntimo, questionando os limites éticos da relação professor-aluno. A virada acontece quando a relação secreta é descoberta, desencadeando uma série de eventos que colocam em cheque não apenas a carreira do professor, mas também a integridade moral dos envolvidos.

O filme de estreia da diretora Jade Halley Bartlett não tem previsão de estreia no Brasil.