Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como o sambista Quinho do Salgueiro, morreu aos 66 anos de insuficiência respiratória na quarta-feira (3/1). Ele era considerado uma das maiores vozes do Carnaval do Rio de Janeiro.
Afastado dos desfiles carnavalescos, Quinho lutava contra um câncer de próstata desde 2022. Nos últimos tempos, ele teve uma piora no quadro de saúde e foi internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador. Ele chegou a ser mencionado durante o último desfile do Salgueiro.
A escola de samba Salgueiro compartilhou uma nota de pesar nas redes sociais: “Hoje o Salgueiro Chora! Com profunda emoção e um nó na garganta, comunicamos o doloroso adeus a Melquisedeque Marins Marques, nosso Quinho do Salgueiro, um gigante cuja ligação com o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro transcendeu os limites da música e do carnaval”.
“Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro (…) Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola”.
“Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível. Hoje, não choramos apenas a perda de um grande artista; choramos a partida de um membro querido da nossa família”, ainda afirmou a nota do Salgueiro.
Carreira no Carnaval
Quinho começou a carreira no bloco Boi da Freguesia, quando foi chamado para compor o carro de som de Aroldo Melodia na União da Ilha do Governador, em 1988. Ele ficou por lá até 1990.
Em 1991, o intérprete entrou para o Salgueiro e, dois anos depois, obteve grande destaque com o samba “Peguei um Ita no Norte”. Mas, em 1994, Quinho voltou para a União da Ilha.
Ao longo da carreira, Quinho passou por outras escolas cariocas, como São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz. Ele ainda participou de escolas de São Paulo, como a Rosas de Ouro, e de Porto Alegre, como a Vila do IAPI.
Foi com o Salgueiro que teve sua forte ligação. Em 2009, Quinho interpretou “Tambor”, com o qual a escola de samba conquistou seu último título. No entanto, divergências com a diretoria motivaram um afastamento e a tentativa de se candidatar à presidência da agremiação. A candidatura foi impugnada.
Por fim, Quinho retornou à escola em 2019, quando ele passou a dividir o carro de som com Emerson Dias.