Urias avalia questões políticas sobre corpos transexuais: “Minha existência”

Urias revelou ao g1 que fez uma análise sobre a existência dos corpos transexuais nos livros depois que lançou o álbum “Fúria” (2021). A cantora se apresenta no próximo dia 2 de […]

Instagram/Urias

Urias revelou ao g1 que fez uma análise sobre a existência dos corpos transexuais nos livros depois que lançou o álbum “Fúria” (2021). A cantora se apresenta no próximo dia 2 de setembro, no palco Factory do festival The Town.

“Com o tempo, só me era perguntado sobre o meu corpo. O meu corpo quanto corpo político, corpo social, sempre trazendo e resumindo a minha existência ao meu corpo”, explicou a artista na reportagem desta segunda-feira (28/8). “Fiquei muito com isso na minha cabeça. Pô, eu queria falar de outras coisas, mas como incitar as pessoas a me perguntarem sobre outras coisas?”

A artista contou que descobriu no TikTok um estudo, feito pela Universidade de Liège, na Bélgica, com a comparação de exames dos cérebros de pré-adolescentes trans e cisgêneros. “Descobriram semelhanças que achavam que não existiam e diferenças que achavam que não existiam. Comecei a pirar nisso, de querer falar sobre a mente. Queria muito alguma coisa, algum estudo, que me provasse que eu faço parte da natureza“, ela pontuou.

Urias explicou que os comentários da pesquisa serviram de inspiração para seu mais recente disco “Her Mind”, lançado em duas etapas. O álbum de estúdio tem faixas eletrônicas com dubstep, trance e ritmos latinos.

“Então, eu fui atrás dessa naturalização, desse lugar de existência do meu corpo dentro da natureza, dentro do ciclo da vida, dentro da morte/vida, do nascer e pôr do sol. Fora dessa parte do social. Queria me naturalizar essa parte de mim como parte da natureza. O meu corpo também faz parte da natureza”, completou.

Her Mind

O último projeto musical de Urias traz uma “possibilidade de música eletrônica brasileira para o mundo”, com letras em diversas línguas, como inglês, espanhol e frases em francês. A cantora deixa claro seus planos de fazer um som de marca-registrada.

“Quero mostrar uma música eletrônica que as pessoas vão poder ouvir na balada e que tenha elementos da música brasileira, como a cuíca, tem berimbau, elementos do funk, mas continua sendo eletrônica. Quando eles escutarem, vão perguntar ‘de onde é isso? É do Brasil’. Essa foi a minha direção de sonoridade.”

“Preciso pisar em um espaço que seja meu, que eu possa fazer as coisas e as pessoas vão ouvir e vão lembrar, vão falar ‘isso é muito aquilo lá que aquela gata faz’. Foi muito nesse lugar. Não queria fazer o que todo mundo estava fazendo”, acrescentou a cantora, que nen considerou coreografias no TikTok.