O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu, na tarde deste domingo (13/8), ao ator Mark Ruffalo sobre as metas firmadas na Cúpula da Amazônia. Na semana passada, o intérprete do Hulk nos filmes e séries da Marvel havia expressado sua insatisfação com a falta de “metas concretas para proteger a floresta”, chegando a se dizer de “coração partido” pela falta de objetivos claros estabelecidos pelos oito países amazônicos que participaram do encontro.
Em sua resposta, Lula enfatizou que proteger a floresta é “um desafio imenso” e destacou a importância da Cúpula da Amazônia, que reuniu países da região de forma inédita. “Foi um passo a mais em uma trajetória para transformar a região com um modelo que combina desenvolvimento sustentável e preservação ambiental”, escreveu o presidente nas redes sociais, reforçando que a Cúpula foi um passo significativo para transformar a região com um modelo que combine desenvolvimento sustentável e preservação ambiental.
Feitos de Lula
Ele também criticou a política ambiental do governo anterior e destacou suas realizações na região Amazônica, incluindo a redução do desmatamento na floresta durante o primeiro semestre deste ano. “A vitória nas eleições de 2022 foi fundamental para acabar com a anarquia e promoção de crimes ambientais na região pelo governo anterior. O povo brasileiro se manifestou de forma soberana pelo fim da destruição da Amazônia”, escreveu.
“Estive semana passada no Rio Tapajós, que estava sendo contaminado por mercúrio de garimpos ilegais. Combatemos o genocídio contra o povo Yanomami. Já reduzimos em 33%, nesse primeiro semestre, o desmatamento na Amazônia, graças ao retorno dos mecanismos de fiscalização na região”, continuou.
Projeto de sustentabilidade mundial
Lula ainda detalhou os compromissos estabelecidos na Declaração de Belém, como um plano de segurança para criar bases fluviais e terrestres, e enfatizou que este é o ponto de partida para a construção de um consenso em torno da proteção da Amazônia. Ele destacou a importância da reunião dos países da região Amazônica e a aliança com os dois Congos e a Indonésia, que juntos detêm quase 80% das florestas tropicais do mundo.
“Ao reunir os países da região Amazônica, e iniciarmos uma aliança com os dois Congos e a Indonésia, estamos dando mais um passo rumo a uma agenda comum de preservação de ecossistemas fundamentais para o clima e a biodiversidade do planeta”, disse o presidente.
“São mais de 50 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, mais de 100 milhões nas florestas africanas e centenas de milhões nas florestas do Sudeste Asiático”, apontou. “Precisamos cuidar das pessoas que vivem nessa região para que elas tenham um modelo de desenvolvimento sustentável, com saneamento, tratamento correto de resíduos, energia renovável, e oportunidades de trabalhar e estudar, para que elas sejam parceiras da preservação”.
O presidente reforçou: “Um mundo mais solidários com desenvolvimento com as florestas de pé, com o respeito que as populações indígenas merecem e com os povos e a cidades das florestas sem pobreza e convivendo em harmonia com a natureza é pelo que estamos lutando juntos. Com coragem e trabalho permanente”.
Ele encerrou enviando uma braço e um convite para que o ator e ativista “vir ao Brasil em breve e visitar a Amazônia”.
Contexto da crítica
A crítica de Ruffalo veio após o encontro que aconteceu em Belém, capital do Pará, entre os dias 8 e 9 de agosto, onde Lula se encontrou com representantes de diversos países amazônicos para discutir o desmatamento zero da Amazônia até 2030.
O ator expressou sua decepção com Lula, para quem fez campanha nas últimas eleições: “O senhor é um dos meus heróis, Lula, mas me parte o coração ver que a Declaração de Belém da Cúpula da Amazônia não tem metas concretas para proteger a floresta. A emergência para proteger a Amazônia é uma emergência climática – e nós não temos tempo a perder.”
Ruffalo elogiou Lula por estabelecer proteções fundamentais aos povos indígenas, mas reforçou que são necessárias maiores ações para proteger a floresta. “Graças à sua liderança, essa Cúpula FINALMENTE estabeleceu proteções fundamentais para os Povos Indígenas. Obrigado por ouvir as vozes de quem está na linha de frente da emergência climática. Mas apenas isso não impedirá o colapso da floresta”, apontou.
Ele também fez um contraste ao destacar a atuação do presidente colombiano Gustavo Petro, afirmando: “A Colômbia, sob comando de Gustavo Petro, é a primeira nação amazônica a seguir o que a ciência recomenda – a meta de proteger 80% da floresta até 2025, e um pedido para interromper a extração de petróleo na Amazônia. Esse é exatamente o tipo de liderança que a humanidade precisa agora, Sr. Presidente.”
O ator também fez um convite diretamente ao presidente Lula, afirmando que ele pode mudar o futuro da Floresta Amazônica. Ruffalo questionou: “Por melhor que seja o governo de Petro, você, Lula, pode fazer a diferença. Afinal de contas, 60% da Amazônia está no Brasil, que é um país tão importante. Você poderia levar a sua liderança tão necessária para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York?” Ele ainda citou Nelson Mandela, dizendo: “Tudo parece impossível até que seja feito”. E concluiu: “Seja corajoso. Nós estamos com você – e estamos de olho. Vamos fazer isso.”
A vitória nas eleições de 2022 foi fundamental para acabar com a anarquia e promoção de crimes ambientais na região pelo governo anterior. O povo brasileiro se manifestou de forma soberana pelo fim da destruição da Amazônia. Estive semana passada no Rio Tapajós, que estava sendo…
— Lula (@LulaOficial) August 13, 2023