CEO da Disney admite ilusão com crescimento da Disney+

A plataforma Disney+ está enfrentando um declínio considerável no número de assinantes. O streaming encerrou o segundo trimestre com 146,1 milhões de assinantes, em comparação com os 158 milhões nos três primeiros […]

Divulgação/Disney

A plataforma Disney+ está enfrentando um declínio considerável no número de assinantes. O streaming encerrou o segundo trimestre com 146,1 milhões de assinantes, em comparação com os 158 milhões nos três primeiros meses do ano.

O maior impacto sofrido pela The Walt Disney Company aconteceu no mercado asiático. Mais de 3,8 milhões de pessoas cancelaram suas assinaturas na região, atendida pela Disney+ Hotstar (Índia e Indonésia). O principal motivo para o declínio regional foi a perda dos direitos da Indian Premier League, o campeonato indiano de cricket.

 
Otimismo exagerado

Bob Iger, CEO da empresa, admitiu que houve ilusão na companhia com o sucesso inicial do serviço, lançado em novembro de 2019. Na época, a estreia da Disney+ foi um sucesso absoluto e uma grande novidade no mercado, que ainda não tinha recebido a concorrência da HBO Max, Paramount+, Peacock e outras plataformas mais recentes. Com a nova configuração do mercado, apenas três anos depois, a plataforma presenciou uma redução no número de assinantes, indo em uma direção completamente oposta a que os executivos esperavam.

Durante a apresentação trimestral de rendimentos da Disney ao mercado, Iger comentou o assunto e reforçou a falha da empresa em se iludir pelo crescimento exponencial da plataforma: “Uma das coisas que aconteceu foi que ficamos intoxicados por nosso próprio crescimento em assinaturas… Dissemos de 60 a 90 milhões de assinantes em cinco anos… superamos isso em um ano e, de repente, todo mundo estava trabalhando com esse aumento meteórico e [acreditando] que continuaria. Nós nos apoiamos nisso porque parecia que era a métrica primária pela qual seríamos medidos.”

 
Mudanças na percepção do sucesso

A métrica para o sucesso de um serviço de streaming também mudou. O êxito deixou de representar quantidade de assinaturas e passou a ser lucro, como na velha e boa Economia de sempre. Plataformas que investiam bilhões para faturar milhões, como a própria Disney+, estão reajustando as contas. O corte em investimentos visa trocar o paradigma: qualificar a programação em vez de quantificar.

Para piorar a situação, a divisão de cinema, que sempre dava um jeito de pagar as contas, acumulou prejuízos neste ano. Apenas “Guardiões da Galáxia Vol. 3” e “Avatar: O Caminho da Água” (que saiu no ano passado) foram citados como sucessos recentes por Iger em sua apresentação trimestral ao mercado.

A notícia afeta não apenas os conteúdos disponíveis na plataforma, mas também a vida de mais de 7 mil funcionários que serão demitidos. Segundo Bob Iger, a empresa precisa economizar cerca de US$ 5,5 bilhões para que não sinta o peso em suas finanças.