Após um hiato de quatro anos, o “Victoria’s Secret Fashion Show” está de volta. O evento, que se tornou um marco na indústria da moda desde sua criação em 1995, será transmitido na plataforma Prime Video, da Amazon, no dia 26 de setembro.
A produção promete ser uma mistura de documentário e desfile de moda, com o objetivo de consagrar a mudança da marca, que agora visa empoderar e celebrar mulheres de todos os tipos ao redor do mundo. A iniciativa busca reinventar a tradição dos “shows” da Victoria’s Secret, famosa por suas lingeries e pelas “angels”, como eram conhecidas suas modelos, no momento em que a marca busca um novo posicionamento após uma série de polêmicas.
Retorno esperado
Greg Unis, presidente da marca Victoria’s Secret e PINK, expressou entusiasmo com a parceria com a Amazon. “Esta colaboração cria uma experiência de visualização incomparável, trazendo a magia do Tour diretamente para o público em geral. Por meio dessa colaboração, estamos reforçando nosso compromisso de entregar conteúdo cativante que celebra nossa herança e ressoa com nossos clientes”, disse Unis.
Além do desfile de moda, a produção oferecerá um olhar exclusivo nos bastidores e apresentará o VS20, um grupo visionário de 20 criativos globais que criaram curadorias de moda inspiradas nas cidades de Bogotá, Lagos, Londres e Tóquio para desenvolver designs personalizados da Victoria’s Secret.
Relembrando as polêmicas
A reinvenção do desfile acontece após Rihanna ocupar o espaço deixado pela marca com seus próprios shows de moda íntima, Savage x Fenty, não por acaso transmitidos pela Prime Video. Os eventos extremamente diversificados da cantora viraram o novo padrão para marcas de lingerie. Enquanto o mundo demandava mais diversidade, representatividade e inclusão, os desfiles da Victoria’s Secret ficaram presos aos antigos padrões de beleza, e criticados por apresentar apenas modelos altas, extremamente magras e majoritariamente brancas.
Além disso, a empresa teve que lidar com declarações preconceituosas de executivos. Em 2018, Ed Razek, então diretor de marketing da empresa, explicou em uma entrevista à Vogue por que não selecionava modelos de tamanhos maiores e mulheres trans para a apresentação. “Não acho que teremos esse tipo de modelo, porque esse show é uma fantasia. São 42 minutos de entretenimento”, declarou.
Isto fez a marca ser considerada ultrapassada e levou ao cancelamento de seus famosos shows, após duas décadas de domínio midiático.
A nova era da Victoria’s Secret
Em resposta ao declínio geral, a Victoria’s Secret passou por mudanças significativas. Em agosto de 2019, a primeira modelo trans, a brasileira Valentina Sampaio, foi contratada pela marca, que no ano seguinte começou a incluir modelos plus size em suas campanhas de lingerie.
Atualmente, a marca conta com um time de embaixadoras, o VS Collective, que deixa claro sua nova tendência inclusiva. A lista inclui a atriz indiana Priyanka Chopra Jones, a modelo norte-americana Hailey Bieber, a tenista japonesa Naomi Osaka e a brasileira Valentina Sampaio.
Ainda não foram revelados detalhes sobre o casting do próximo desfile e se haverá atrações musicais.