A atriz americana Margia Dean, conhecida pelo clássico cult de ficção científica “Terror Que Mata” (1955), faleceu no último dia 23 de junho aos 101 anos. Apesar disso, a notícia foi divulgada por sua sobrinha Denyse Barr ao The Hollywood Reporter somente nesta quinta-feira (6/7). Segundo as informações, a atriz morreu em seu apartamento no Rancho Cucamonga, na Califórnia.
“Ela era uma mulher notável, brilhante e generosa, com um gosto requintado”, declarou sua sobrinha. A atriz viveu por seis décadas em uma casa nas colinas de Hollywood, entes de se mudar para Dana Point, também na Califórnia. Ao longo da carreira, ela apareceu em mais de 60 produções.
Muitas delas, eram produzidas pelo produtor Robert L. Lippert, com quem afirmou ter tido um caso amoroso.
A atriz se casou pela primeira vez em 1939 com o treinador de basquete Hal Fischer, mas a união durou cerca de seis anos. Em seguida, ela namorou o príncipe Aly Khan, que já foi casado com a atriz Rita Hayworth.
Ela conheceu seu último marido Felipe Alvarez, um arquiteto, autor e cantor espanhol dez anos mais novo, em uma cafeteria de Los Angeles. Os dois se casaram em 1965, no México.
Estrelato e caso com Robert L. Lippert
Nascida em 7 de abril de 1922 na cidade de Chicago, Marguerite Louise Skliris foi criada em San Francisco. Sua família tinha raízes na Grécia e seu pai trabalhava como advogado. Ainda criança, ela atuou em pequenas peças teatrais e se interessou pela área. Acabou se destacando por sua beleza, quando conquistou os títulos de Miss San Francisco e Miss Califórnia.
Em 1939, ela competiu pelo prêmio Miss América, ficando em 2º lugar. Dedicada a aproveitar a fama para virar atriz, concluiu seus estudos na Galileo High School e ingressou no Biltmore Theatre, em Los Angeles. Mas sua estreia no cinema só aconteceu cinco anos depois, na comédia musical “Casanova in Burlesque” (1944), dirigido por Leslie Goodwins.
Seu primeiro grande papel veio em “Shep Comes Home” (1948), primeiro de seus filmes financiado pela produtora de Robert L. Lippert. Esse foi o início da parceria entre os dois, que rendeu cerca de 20 filmes entre 1948 a 1956, dando a Dean o apelido de “A Rainha de Lippert”. Anos mais tarde, a atriz revelou que teve um relacionamento amoroso com o produtor, falecido em 1976.
Durante uma entrevista para Mark Thomas McGee, autor de um livro biográfico de L. Lippert, ela detalhou a relação extraconjugal. “Eu sabia que o que estava fazendo era errado. Eu estava saindo com um homem casado”, lembrou em 2014. “Não acho que eu tenha realmente amado ele, mas ele era louco por mim. Ele me deu todos esses trabalhos, e era agradável estar com ele. Ele tornou tudo fácil para mim”.
Trabalhos notáveis no cinema
Na época, ela chamou a atenção em longas de faroeste como “Red Desert” (1949) e “The Lonesome Trail” (1955). A atriz também apareceu no drama esportivo “Ringside” (1949) e no filme noir “F.B.I. Girl” (1951). Ao longo dos anos, trabalhou algumas vezes com o roteirista Sam Fuller e participou dos dois primeiros longas-metragens que ele dirigiu.
Ambos foram dramas de faroeste, gênero que estava em alta na época. O primeiro foi “Eu Matei Jesse James” (1949), no qual ela interpretou uma cantora de saloon, enquanto o segundo foi “O Barão Aventureiro” (1950), onde deu vida à personagem Marquesa.
Durante a década de 1950, a atriz trabalhou em grandes produções, incluindo o primeiro longa-metragem do Superman, “Superman and the Mole Men” (1951), estrelado por George Reeves, além de ter contracenado com Jane Russell no musical “A Descarada” (1956), Clint Eastwood em “Emboscada em Cimarron Pass” (1958) e Esther Williams no circo de “Diabos do Circo” (1961).
Sucesso no gênero de terror
Foi no ano de 1955 que ela conquistou mais destaque ao estrelar o longa de ficção científica “Terror Que Mata” (The Quatermass Xperiment). Dirigido por Val Guest, o filme acompanhava um astronauta que voltava a Terra contaminado, transformando-se em um organismo alienígena que ameaça a humanidade. Na história, Dean interpretou a esposa do astronauta, que toma a decisão tola de ajudá-lo a escapar do hospital.
O filme era baseada na série homônima produzida pelo canal britânico BBC em 1953 e foi muito bem recebido pela crítica, tornando-se um clássico do gênero.
Fim da carreira como atriz
Ela começou sua própria produtora, a Margot Productions, que produziu filmes como “O Laço Ameaçador” e “A Casa dos Fantasmas”, lançados em 1964. Seus últimos trabalhos como atriz foram produções B em locações exóticas: “O Segredo dos Arrecifes” (1960), “7 Mulheres no Inferno” (1961) e “Moro Witch Doctor” (1964).
Após estrelar cerca de 60 filmes em apenas duas décadas de carreira, ela decidiu deixar o audiovisual para trás, virando vice-presidente em uma empresa imobiliária e construtora, além de ter sido proprietária de uma loja de roupas na cidade de Brentwood, na Califórnia, e de uma cafeteria em Beverly Hills.
Veja abaixo o trailer americano de “Terror que Mata” (lançado nos EUA com o título de “The Creeping Unknown”).