Recém-reabilitado, Sérgio Hondjakoff expôs na terça-feira (23/5) todo o drama vivido pelo uso desenfreado de drogas. No videocast Papagaio Falante, o ator reconheceu ter chego no fundo do poço depois de fumar crack.
De acordo com Serginho, as drogas foram presentes desde a adolescência por influência de colegas da escola. O artista acrescentou que sua condição mental também acarretou no vício por drogas.
“Eu experimentei porque sempre tive déficit de atenção na infância e minha mãe não quis me dar ritalina quando eu era criança. E aí quando eu experimentei [cocaína] lá pelos 14, 15 anos aquilo ali foi paixão à primeira vista. Só que eu demorei para ter coragem de usar com mais regularidade – só quando eu achei que o sucesso subiu um pouco na minha cabeça”, explicou o Cabeção da Malhação.
Na sequência, Serginho explicou que experimentou a maconha ainda na adolescência, quando tinha algumas paixões platônicas e amigos que fumavam por diversão. “[Quando eu usei] tive um despertar xamânico, no começo foi até bom, teve as vantagens porque eu consegui me enxergar de fora da caixa, de um ponto de vista mais distante. […] Mas aí eu comecei a usar demais em vez de só ter a experiência [alucinógena]”, relatou ele.
Hondjakoff afirmou que perdeu o controle na época de “Malhação”. “Comecei a gravar ‘Malhação’. Eu ia pro colégio de manhã, não fumava, só fumava à noite. No último ano de ‘Malhação’ eu estava meio desleixado, indo muito para a balada, meio sem saco de fazer aquele personagem que já era meio infantil, lúdico. Queria fazer personagens mais sérios, boladão, traficante com armas. Aí eu comecei a dar uma vacilada”, confessou.
“Nos primeiros anos eu levei no sapatinho, sempre fui um garotão que fumava quando eu chegava em casa. Lá eu não me abria com ninguém, não falava com ninguém, era muito quietão. No segundo ano de Malhação, começou a entrar uma galera mais descolada, eu já comecei a me abrir um pouco mais, aí começou…”, assumiu.
O ator reconheceu o fundo do poço por conta do uso de crack, que lhe trouxe perdas e resultou em suas internações em clínicas. “Eu cheguei no crack infelizmente, né cara? Passei por isso, mas assim… Graças a Deus, eu nunca tive grandes perdas financeiras por conta do uso, mas realmente eu perdi amizade, perdi muitas oportunidades [profissionais], namoradas, momentos. Perdi a vida”, lamentou.
“Não tem quantidade segura para usar essa substancia, né cara? Qualquer coisa pode levar a morte mesmo”, ele apontou. “É muito ruim porque realmente você fica olhando para o chão assim, você solta a fumaça e fica olhando para o chão, procurando alguma coisa. […] Quando eu usei, eu fiquei um ‘zé bota’ como falam lá em São Paulo. Fiquei procurando coisa no chão, fiquei ciscando. Então realmente me fez muito mal, me arrependo muito de ter experimentado porque depois que você usa é uma descarga dopaminérgica muito grande.”
Serginho acrescentou que a “pedrinha” é uma das drogas mais perigosas que existem no mercado, pois impedem que o usuário tenha consciência sobre seus atos. “[O crack] cria sinapses no cérebro e aí, essas sinapses são ramificações entre os neurônios que depois você não consegue mais acessar esses neurônios. Eles ficam lá interligados e então a pessoa acaba ficando meio apática, a vida parece que perde a cor quando a pessoa tá sóbria”, explicou o artista.
Por fim, Sérgio Hondjakoff aproveitou a entrevista para rasgar elogios à sua esposa, que tem sido paciente nesse período conturbado do ator. “A gente se conheceu quando eu tinha 14 anos. Ela é mulher mais importante da minha vida, me deu um filho, é uma guerreira, batalhadora, está criando praticamente sozinha o Benjamin e quero dizer o quanto ela é importante na minha vida. Ela é a mulher da minha vida”, completou.