Roger Waters é investigado pela polícia alemã por show com “uniforme nazista”

A polícia de Berlim anunciou nesta sexta-feira (26/5) que está investigando Roger Waters, ex-vocalista e cofundador da banda de rock Pink Floyd, por incitação ao ódio. O motivo é um uniforme de […]

Instagram/Roger Waters

A polícia de Berlim anunciou nesta sexta-feira (26/5) que está investigando Roger Waters, ex-vocalista e cofundador da banda de rock Pink Floyd, por incitação ao ódio. O motivo é um uniforme de estilo nazista utilizado pelo músico na capital da Alemanha.

O porta-voz da polícia berlinense, Martin Halweg, informou o fato em um comunicado à imprensa. “Estamos investigando uma suspeita de incitação ao ódio público porque as roupas usadas no palco podem ser utilizadas para glorificar ou justificar o regime nazista, perturbando a ordem pública”, disse. Segundo Halweg, o figurino lembra os trajes que eram usados pelos oficiais da SS, que tinham a função de proteger o ditador Adolf Hitler e seu partido.

O visual é realmente inspirado na SS, mas como crítica. É o mesmo traje usado por Bob Geldof no final do filme “The Wall” (1982), quando o cantor Pink (inspirado por Waters) se deixa levar pela influência do fascismo. “The Wall” é uma condenação forte do fascismo.

As imprensas da Alemanha e de Israel também afirmaram que, durante o show, o cantor exibiu em um telão os nomes de várias pessoas falecidas, incluindo o de Anne Frank, a adolescente judia que morreu em um campo de concentração nazista, e de Shireen Abu Akleh, jornalista com cidadania palestina e americana do canal Al Jazeera que faleceu em uma operação israelense em maio de 2022.

O ministério israelense das Relações Exteriores aproveitou o fato para criticar o músico, afirmando que ele “profanou a memória de Anne Frank e de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto”. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, se posicionou sobre o assunto no Twitter. “Waters quer comparar Israel com os nazistas. Ele é um dos maiores críticos dos judeus de nossa época”, afirmou.

O ex-vocalista do Pink Floyd já foi acusado anteriormente de ter posições antijudaicas. Ele chegou a utilizar um porco inflável com a estrela de David em seus shows. Considerado um ativista pró-Palestina, também costuma defender ações de boicote a produtos israelenses.

Após o ocorrido, as autoridades de Frankfurt tentaram cancelar um show do músico programado para o dia 28 de maio, mas a decisão foi anulada pela justiça local em nome da liberdade de expressão.

No fim do ano passado, ele teve shows cancelados na Polônia por apoiar a invasão da Ucrânia pelo exército russo.