Leonardo DiCaprio produzirá documentário indígena sobre a Floresta Amazônica

A empresa de produção Highly Flammable, de Fisher Stevens (“Sucession”), anunciou nesta quinta-feira (11/5) que Leonardo DiCaprio (“Não Olhe para Cima”) e sua produtora Appian Way Productions entraram na produção do documentário […]

Divulgação/Highly Flammable

A empresa de produção Highly Flammable, de Fisher Stevens (“Sucession”), anunciou nesta quinta-feira (11/5) que Leonardo DiCaprio (“Não Olhe para Cima”) e sua produtora Appian Way Productions entraram na produção do documentário “We Are Guardians” (em português, “Somos Guardiões”) como produtores executivos. A obra é uma coprodução brasileira sobre os protetores indígenas da floresta amazônica e tem direção de Edivan Guajajara, co-fundador do Mídia Indígena, o principal coletivo de jornalismo investigativo liderado por indígenas do país, em parceria com os ativistas ambientais Chelsea Greene e Rob Grobman.

“We Are Guardians” acompanha os guardiões indígenas enquanto eles lutam contra a invasão de madeireiros e invasores ilegais. Conforme uma descrição dos produtores, o filme “entrelaça política, história, economia e ciência, proporcionando uma exploração aprofundada da situação crítica na Amazônia – cujo impacto se espalha pelo mundo”.

Os Guajajara formaram o grupo conhecido como Guardiões da Floresta em 2012, e desde então arriscam suas vidas combatendo a exploração de madeira ilegal para proteger a floresta, suas comunidades na Terra Araribóia, do Maranhão, e a vida dos Awá, o povo indígena mais ameaçado do mundo segundo a ONG Survival International.

O trabalho dos Guardiões, fechando acessos e atividades ilegais na floresta, gerou fúria entre criminosos ambientais, que tem custado a vida de muitos ativistas. Para piorar, um estudo feito pela ONG Greenpeace mostra que os assassinatos de indígenas no Maranhão não costumam resultar em punição: entre 2003 e 2019 foram registrados 57 homicídios, sem sentença condenatória em nenhum dos casos. E no governo Bolsonaro, a violência escalou. Dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) mostram que 23 indígenas foram assassinados nos últimos quatro anos no Maranhão (2019 a 2022)

Para Edivan Guajajara, a produção é essencial para fomentar o debate sobre a importância de preservar a natureza. “Este filme é muito importante. Ele não apenas conta a história do meu povo e da minha comunidade. Ele reforça a necessidade de estar atento e unir cada vez mais esforços para cuidar de nossa Mãe Terra e cuidar daqueles que dão suas vidas pelas florestas, pela preservação e manutenção da biodiversidade no mundo”, disse o diretor em um comunicado oficial.

A produção ainda não tem previsão de estreia.