Ana Paula Padrão recebeu inúmeras críticas depois de usar pronome neutro na abertura do “MasterChef Brasil”, programa exibido na terça-feira (23/5). A apresentadora não deixou barato e se manifestou sobre “o elefante na sala” em seu Instagram.
A confusão começou porque a apresentadora iniciou o episódio de maneira inclusiva: “Olá, agora sim de forma definitiva, sejam muito bem-vindas, bem-vindos e bem-vindes à cozinha do ‘MasterChef 10’”, disse ela.
Essa não foi a primeira vez que a Ana Paula usou o pronome neutro na atração, mas os espectadores ainda não suportam a tentativa de neutralizar o gênero.
Dentre os argumentos dos “incomodados”, eles dizem que pessoas surdas sofrerão com o uso da linguagem neutra. No entanto, a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) não emprega gêneros nas frases. Além disso, há usuários de leitores de tela que não se incomodam com o uso das letras “e” e “u” para neutralizar o gênero dos indivíduos. A adesão do pronome neutro não atrapalha a leitura.
Na quarta-feira (24/5), Ana Paula Padrão se pronunciou sobre os ataques recebidos nas redes sociais. A famosa explicou ter usado a expressão por conta de Wilton, uma pessoa participante da edição que se define como não-binária.
“Toda vez que eu uso palavras como ‘bem-vindes’ ou ‘todes’, eu recebo críticas raivosas, agressivas, muitas vezes desrespeitosas mesmo. Parece que o uso da linguagem neutra dói em muita gente. E por quê?”, refletiu a apresentadora.
“O argumento dessas pessoas é que eu tô matando a gramática da língua portuguesa”, disse ela, que acrescentou ter sido acusada de ser um mau exemplo para os jovens. “A reação não é ao uso do idioma, é ao que esse uso representa. Gente, palavra tem muito poder.”
Na sequência, Ana Paula reforçou a existência de indivíduos LGBTQIAPN+: “Quando eu uso a linguagem neutra porque eu sei que há ali ou pode haver ali na minha frente alguém que se identifica como não-binário, eu estou reconhecendo a existência dessa pessoa. E é isso que dói em quem não aceita essa existência”, pontuou.
“Eu pretendo sim deixar o outro ter luz na sociedade, ainda que ele seja muito diferente de mim. Quando eu trato essa pessoa com os pronomes que ela escolheu pra se definir, eu dou visibilidade a ela, eu reconheço que ela tem o direito de existir, e não uma existência apartada da sociedade, ignorada, varrida pra debaixo do tapete. Eu vou continuar tratando essas pessoas assim, e os incomodados podem ir se mudando”, concluiu a famosa.