Mauricio de Sousa perde de 35×2 e é barrado na Academia Brasileira de Letras

Maurício de Sousa, o criador da icônica Turma da Mônica, perdeu a disputa pela vaga na Cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras (ABL) para o escritor e filósofo Ricardo Cavalieri. O […]

Divulgação/MSP

Maurício de Sousa, o criador da icônica Turma da Mônica, perdeu a disputa pela vaga na Cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras (ABL) para o escritor e filósofo Ricardo Cavalieri. O resultado da votação realizada pelos membros da ABL foi bastante desigual: O quadrinista obteve apenas dois votos, enquanto o filólogo foi eleito com 35 votos. A vaga estava aberta desde janeiro de 2023, após a morte da escritora Cleonice Berardinelli.

O presidente da instituição, Merval Pereira, concedeu uma entrevista em que destacou a relevância de Cavalieri para a instituição. “É importante que a ABL tenha filólogos porque um dos planos da casa é no futuro fazer um dicionário da língua portuguesa”, disse Pereira. Ele também ressaltou a posição de Cavalieri como um dos maiores filólogos do Brasil, atrás apenas de Evanildo Bechara, que é um dos grandes imortais da Academia.

Apesar da derrota, Maurício de Sousa é um dos principais nomes da cultura popular brasileira, com mais de 50 anos de carreira e um legado marcante na literatura infanto-juvenil. Sua obra, que conta com personagens como Mônica, Cebolinha e Cascão, é lida por milhões de pessoas em todo o mundo e já foi adaptada para diversas mídias, incluindo filmes, desenhos animados e videogames.

A candidatura de Maurício de Sousa à ABL gerou discussões sobre a importância dos quadrinhos e seu lugar na academia. Algumas pessoas argumentaram que a obra de Sousa merecia ser reconhecida como literatura, enquanto outras defenderam que a academia deveria manter-se fiel a seus critérios tradicionais de seleção.

Havia uma expectativa positiva, já que os acadêmicos elegeram recentemente a atriz Fernanda Montenegro e o cantor e compositor Gilberto Gil para seus quadros, indicando uma abertura maior. Mauricio de Sousa tem maior ligação com a literatura que os dois citados.

Em nota após a derrota, o quadrinista parabenizou Cavalieri e disse que “nesse processo, todos que amam quadrinhos, eu incluído, ganhamos quando tanto se discutiu sobre a importância dos quadrinhos, seu papel fundamental na formação de leitores e como eles podem contribuir, de diversas formas, com a literatura. Agradeço de coração os apoios que recebi nesta campanha e aos que me honraram com seu voto, acreditando na minha proposta para a ABL. Continuarei nesta ideia de trabalhar e aprender com os acadêmicos, assim como vem acontecendo na Academia Paulista de Letras. Um grande abraço a todos que lutam pela valorização dos autores e, principalmente, pela formação de leitores neste nosso Brasil”.