Aline Wirley sofre ataques racistas nas redes sociais

A cantora Aline Wirley virou alvo de ataques racistas após vencer a Prova do Líder do “BBB 23” na tarde de sexta-feira (1/4). Além de sofrer ataques de pessoas brancas, ela vem […]

Fonte: Globo

A cantora Aline Wirley virou alvo de ataques racistas após vencer a Prova do Líder do “BBB 23” na tarde de sexta-feira (1/4). Além de sofrer ataques de pessoas brancas, ela vem sendo xingada de termos pejorativos, de pesado cunho racial, por perfis de pessoas que se identificam como negras.

O perfil oficial da sister se manifestou em repúdio. “É inaceitável a forma como Aline vem sendo citada em alguns comentários. Aline é uma mulher educada, respeitosa que está jogando tanto quanto qualquer outra pessoa, sem fazer uso de uma comunicação violenta ou atitude antiética que mereça qualquer tipo de retaliação aqui de fora”, diz o texto da equipe.

“Não iremos tolerar qualquer tipo de ofensa, preconceito ou condutas desrespeitosas, sejam elas quais forem. Nós do time Aline estamos atentos a essas condutas e, se preciso for, acionaremos o jurídico para que medidas cabíveis sejam tomadas”, continua o comunicado. “Nada que Aline tem feito na casa justifica tamanha opressão, ódio e atitudes intolerantes que a afetem de forma violenta e criminosa”.

O texto conclui afirmando: “Aline merece respeito”. E a frase acabou viralizando no fim da tarde de sábado (1/4), impulsionada por torcedores do quarto Deserto.

Os ataques são motivados por outra torcida do reality show. Trata-se de um efeito colateral da ênfase dada ao aspecto racial da edição, com direito a discurso de Fred Nicácio sobre fazer um Big Preto Brasil e eliminar todos os brancos do programa. A isto soma-se a decisão dos produtores de não dar importância à questão do machismo, que também foi gritante entre os confinados contra a sister Larissa Santos. Ao contrário, publicaram tuites na tela chamando Larissa de chata por reclamar da situação.

O machismo dos brothers e até de sisters passou toda a edição sem receber nenhum menção do apresentador Tadeu Schmidt, ao contrário de outros tópicos levantados no programa. Também não houve nenhum material falando do belo exemplo de sororidade das quatro deserters, que se irmanaram contra os rivais internos e externos.

Por Aline ser a única negra do grupo de mulheres e não estar junto dos demais negros do programa, no quarto Fundo do Mar, ela passou a ser xingada por supostamente servir como “serviçal da casa grande”, “mucama”, “escravinha” e coisas piores, que não podem ser reproduzidas. Quem lidera esse coro são, por incrível que pareça, homens e mulheres negras que supostamente estão alinhados com a pauta racial de Fred Nicácio. E brancos aproveitam para exercer seu racismo com incentivo deles.

Mãe de família e cantora de carreira consolidada, a líder Aline merece respeito, como todas as mulheres que estão sendo ofendidas neste “BBB 23” sob o silêncio da produção.