Ministério Público quer que Ratinho pague R$ 2 milhões por misoginia

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação de Carlos Massa, o Ratinho, por falas preconceituosas sobre a deputada federal Natália Bonavides, do PT do Rio Grande do Norte, em um programa […]

Divulgação/SBT

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação de Carlos Massa, o Ratinho, por falas preconceituosas sobre a deputada federal Natália Bonavides, do PT do Rio Grande do Norte, em um programa da Rádio Massa transmitido em 2021. Na ação, o órgão exige que ele pague R$ 2 milhões de indenização e veicule campanhas de conscientização sobre os direitos das mulheres e combate à violência de gênero.

Ratinho atacou a deputada, dizendo que iria metralhá-la por pedir a retirada da expressão “marido e mulher” da união civil. A medida tinha o propósito de evitar preconceito contra a comunidade LGBTQIAP+ e promover tratamento igual a todos os cidadãos.

“Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa do teu marido, a cueca dele, porque é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora, não?”, afirmou ele no programa “Turma do Ratinho”, transmitido na Massa FM.

Na época, Natália rebateu o discurso misógino. “O apresentador Ratinho sugeriu que eu fosse metralhada em programa visto por milhares de pessoas. Incitar homicídio é crime! Ele coloca a minha vida e minha integridade física em risco. Ratinho ainda disse que eu fosse lavar as cuecas de meu marido”, se revoltou ela.

“Essas ameaças e ataques covardes não ficarão impunes. O apresentador utilizou uma concessão pública para cometer crime. Vamos acioná-lo judicialmente, inclusive criminalmente”, publicou ela no Twitter, em dezembro de 2021.

Segundo o MPF, o apresentador do SBT causou “dano coletivo às mulheres que atuam ou pretendem atuar na política” por menosprezar um projeto de lei proposto pela deputada petista. Ratinho também é acusado de disseminar em rede nacional estereótipos de gênero.

Na ação civil pública, o órgão pede R$ 2 milhões de indenização e a veiculação em sua rádio de campanhas sobre os direitos das mulheres e combate à violência de gênero durante, no mínimo, um ano.