O ator Marcius Melhem afirmou, em entrevista nesta terça (21/3) ao jornal Folha de S. Paulo, que Dani Calabresa está tentando atrasar o andamento da ação judicial movida pela própria comediante após denúncias de assédio.
“[Esse atraso] não é justiça. É me prejudicar profissionalmente. São quase 30 meses com a carreira parada esperando uma definição. Tempo maior que a pena máxima do assédio que não cometi”, declarou Melhem, que se considera inocente.
Segundo o humorista, a medida adotada pela defesa de Dani evita as análises reais do processo. “[A estratégia] é não deixar a Justiça andar, para que não sejam analisadas as dezenas de mentiras, omissões e contradições de uma acusação construída em cima de uma narrativa que não se sustenta”, acusou Melhem.
“Este processo é o avesso de qualquer caso. Primeiro quem é acusado é quem vai para a Justiça. Aí, depois de mais de dois anos, milhares de páginas e dezenas de testemunhas, a defesa das acusadoras não deixa a investigação acabar. Protelam, adiam, manobram. Testemunhas que elas indicam não são achadas, tudo para que o caso tenha um nó jurídico que dê a elas o discurso de que a Justiça é lenta e favorece o homem.”
Procurada pela Folha, Dani Calabresa não se pronunciou sobre o caso e a advogada das vítimas afirmou que elas devem se manter em silêncio para evitar exposição ou divulgação de estratégia que usarão no julgamento.
“É lamentável, embora coerente, que o investigado fale em protelação. Quem está respeitando o sigilo e no aguardo da Justiça são as vítimas, em um angustiante e incompreensível hiato que alimenta a estratégia de exposição pública das vítimas, não raro por meio de veículos sérios de imprensa”, declarou Mayra Cotta.