Enquanto a autora de “Harry Potter”, JK Rowling continua a fazer comentários transfóbicos, Daniel Radcliffe resolveu manifestar seu apoio à comunidade.
O astro está trabalhando como moderador em um série do YouTube focada em discussões envolvendo jovens transgêneros e não-binários, numa iniciativa do ONG Trevor Project, de Prevenção ao Suicídio LGBTQIAP+.
Intitulado “Sharing Space”, o primeiro episódio da série foi lançado nessa sexta-feira (31/3) para marcar o Dia da Visibilidade Trans.
“Ouvimos tantas pessoas falarem sobre jovens trans e ouvimos falar deles com frequência nas notícias, mas raramente ouvimos esses jovens”, disse Radcliffe em um comunicado. “Foi um privilégio absoluto conhecer e ouvir esse incrível grupo”, afirmou o ator.
No primeiro episódio, Radcliffe aparece ouvindo os jovens trans e não-binários discutirem suas vivências. “Se você vai falar sobre crianças trans, é melhor ouvir as crianças trans”, observou.
Radcliffe, que apoia o Trevor Project desde 2009, chegou a responder em 2020 aos comentários que Rowling fez no Twitter sobre mulheres transgênero. “As mulheres transexuais são mulheres”, disse ele. “Qualquer declaração em contrário apaga a identidade e a dignidade das pessoas transgênero e vai contra todos os conselhos dados por associações profissionais de saúde que têm muito mais experiência neste assunto”, ele se manifestou em comunicado.
“Para todas as pessoas que agora sentem que sua experiência com os livros [de Harry Potter] foi manchada ou diminuída, lamento profundamente a dor que esses comentários lhes causaram”, acrescentou. “Eu realmente espero que você não perca totalmente o que foi valioso nessas histórias para você”.
Mais recentemente, Rowling retuitou uma postagem que apresentava uma bandeira do orgulho gay com as cores que representavam a comunidade transgênero apagadas – além listras pretas e marrons, representando pessoas negras. “Tire suas merd*s da nossa bandeira”, dizia a legenda apoiada pela escritora.
Ela também se manifestou no podcast “The Witch Trials of JK Rowling”, produzido por empresa de mídia ultraconservadora, em que criticou o movimento pelos direitos dos transgêneros.
“Acredito, absolutamente, que há algo perigoso nesse movimento e que deve ser contestado”, disse ela no podcast, brandindo um argumento da extrema direita de que mulheres transgênero representam uma ameaça para as mulheres cisgênero nos banheiros – um mito de longa data que foi armado contra os direitos trans.
Ela disse no podcast não se importar se seu ativismo anti-trans manchar seu legado aos olhos de alguns.
Se a escritora não se importa em manchar seu legado, o intérprete de Harry Potter no cinema vai no caminho oposto. Veja abaixo o primeiro episódio de “Sharing Space”.