Cléber Machado foi dispensado da rede Globo na quarta (22/3) depois de 35 anos de trabalho na emissora. O narrador foi um dos principais nomes das transmissões esportivas da Globo, ao lado de Galvão Bueno e Luis Roberto.
“O vínculo fixo de Cléber Machado com a Globo chega ao fim, mas as portas da empresa continuam abertas para novos projetos no futuro”, disse a Globo em comunicado oficial. “Nos últimos 35 anos, Cleber Machado narrou grandes momentos do esporte brasileiro. Sua história profissional se mistura à história do esporte da Globo e, além de futebol, automobilismo, basquete, vôlei, atletismo, entre outras modalidades, ele mostrou versatilidade ao atuar também como apresentador e comentarista em programas da TV Globo e do SporTV e ao ancorar transmissões de desfiles de Carnaval”.
“Grande profissional, Cleber esteve presente nos principais eventos esportivos nacionais e internacionais ao longo das últimas décadas e contribuiu para alimentar a paixão do brasileiro pelo esporte, especialmente o futebol. O vínculo fixo de Cléber Machado com a Globo chega ao fim, mas as portas da empresa continuam abertas para novos projetos no futuro”, finalizou a emissora.
O locutor esportivo começou a trabalhar na Globo em 1988. Participou da implantação da antiga TV Vale do Paraíba — hoje TV Vanguarda, afiliada da rede Globo em São José dos Campos. Na época, ele se dividia entre os blocos locais do “Globo Esporte” e do “Esporte Espetacular” de São Paulo.
Iniciou a narração de partidas de futebol em 1989, transmitindo um jogo da Copa do Brasil em que o Corinthians venceu o Tiradentes de Brasília por 5 a 0.
Nessa época, Cleber também narrou pela primeira vez uma corrida de Fórmula 1, um Grande Prêmio do México, disputado no circuito Hermanos Rodríguez. Sua primeira cobertura de Jogos Olímpicos foi em 1992. Na ocasião, integrou a equipe enviada pela Globo à Espanha. Narrou diversas modalidades, como basquete, vôlei, atletismo e boxe.
Em 2003, estreou como apresentador do “Arena”, do SporTV. Nos anos seguintes, venceu três vezes o prêmio Comunique-se de melhor narrador esportivo — ano sim, ano não: em 2004, 2006 e 2008.
Além das transmissões esportivas, desde 1999 ele começou a participar também da cobertura do Carnaval. De 2002 a 2009, narrou o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, primeiro ao lado de Maria Beltrão, depois, com Glenda Koslowski. A partir de 2010, passou a narrar com Mariana Godoy as transmissões dos desfiles de São Paulo.
Em 2012, fez uma participação especial na novela “Avenida Brasil”, de João Emanuel Carneiro, narrando jogos do Flamengo, time do protagonista Tufão, vivido por Murilo Benício.
Um momento de sua carreira, porém, é sempre lembrado, mas não exatamente por uma vitória: o bordão “Hoje não, hoje sim!”. Surgiu durante o histórico GP da Áustria de 2002, quando Rubens Barrichello deixou Michael Schumacher ficar com a primeira posição, entregando a primeira posição nos metros finais, por ordem da Ferrari. A transmissão ficou marcada em sua trajetória.