Alexandre Avancini (da novela e do filme “Os Dez Mandamentos”) já contribuiu muito para a teledramaturgia brasileira e agora está mirando no cinema gringo. Diretor de novelas e apaixonado por histórias de guerra, ele colheu depoimentos reais sobre o conflito na Ucrânia e – ao se emocionar com os relatos – decidiu realizar um curta que falasse sobre o tema. E assim nasceu o projeto “War and peace”.
O diretor pegou histórias de mulheres do exército ucraniano e transformou suas personagens em super-snipers. Ele mesmo escreveu a sinopse e o roteiro – de sete páginas – do projeto com a intenção de usar o curta como apresentação para angariar investimentos estrangeiros, visando realizar um longa.
Dono de uma produtora instalada em Los Angeles, ele se reveza entre Brasil e os EUA. Tanto que o lugar escolhido para as gravações de “War and peace” foi Petrópolis, região serrana do Rio, em um haras chamado Mandala. Local que ele afirma ser “idêntico à Ucrânia”.
O curta conta a história de cinco mulheres que são forçadas a entrar na guerra. Elas formam um verdadeiro esquadrão de snipers e lutam ferozmente contra o exercito russo. O elenco é composto por 11 atores: Jessika Alves, Tammy Di Calafiori, Rayanne Morais, Talita Maia, Marie McHugh, Cláudio Heinrich, Letícia Medina, Victor Pecoraro, Mari Cysne, Isa Salmen e Bruno Ahmed. Todos tiveram que deixar o português de lado e atuar em inglês e ucraniano.
“War and Peace” marca a volta da parceria do diretor com Cláudio Heinrich, estrela de “Uga Uga” (2000), uma das novelas que Alexandre dirigiu na Globo. O último trabalho do ator no cinema tem nove anos – a comédia “Didi Quer Ser Criança” (2004). Com a falta de convites para atuar, Cláudio focou no jiu-jitsu e na faculdade de jornalismo, mas agora, com “War and Peace”, ele almeja um retorno triunfal ao ofício de ator.
Já Alexandre Avancini foi responsável por sucessos como “Por Amor” (1997) e “Presença de Anita” (2001), antes de ir para Record em 2005 para dirigir a novela “Prova de Amor”, que virou um dos maiores sucessos na história do canal. E por lá ficou mais de 15 anos.
Em 2016, Alexandre começou a se aventurar no cinema e se tornou um fenômeno de público. “Os Dez Mandamentos – O Filme”, um copilado da novela bíblica que ele dirigiu na Record, tornou-se uma das maiores bilheterias da história do cinema brasileiro.
Depois disso, Alexandre foi escalado para dirigir a biografia do seu patrão, “Nada a Perder” – sobre a controversa história de vida do bispo Edir Macedo. E o longa também se tornou uma das maiores bilheterias do nosso cinema.
Todos esses números foram contestados por acusações contra a Igreja Universal de comprar (e distribuir) os ingressos dos dois filmes entre seus fiéis. Na época, salas de cinema vazias foram expostas na internet e colocaram em cheque a credibilidade dos números. De qualquer forma, Alexandre – oficialmente – é um diretor com grandes números de bilheteria no Brasil. E agora quer estrear em Hollywood.