O ator Ezra Miller (“Liga da Justiça”) se declarou culpado da acusação de invasão e furto que enfrenta no tribunal de Vermont, nos EUA. Acusado ter invadido uma casa para furtar várias garrafas de bebida, o ator havia se declarado inocente em outubro de 2022, mas mudou a declaração com o intuito de diminuir sua pena.
O caso aconteceu em 1º de maio do ano passado, quando o ator foi gravado por câmeras de segurança invadindo uma casa em Stamford, Vermont, e roubado três garrafas de bebida: gin, vodka e rum. Na ocasião, as imagens levaram a polícia até Miller.
O ator, que é representado pela advogada Lisa B. Shelkrot, apresentou um pedido de acordo judicial com a Divisão Criminal do Tribunal Superior de Vermont para que as acusações de roubo e furto sejam dispensadas.
Existe ainda a acusação de invasão, pela qual pagaria uma multa de US$ 692. A pena de Vermont para tal crime é ser “preso por não mais de 3 meses ou multado por não mais de US$ 500,00 ou ambos”. A multa básica de Miller vem com uma sobretaxa de US$ 192.
A audiência para definir a mudança de declaração de Miller e o acordo com a promotoria está marcada para esta sexta-feira (13/1).
A acusação de roubo em uma residência ocupada acarretava pena de não mais de 25 anos e/ou multa não superior a US$ 1.000. A acusação de pequeno furto acarreta uma pena não superior a um ano e/ou multa de até US$ 1.000.
O ator está colecionando denúncias e problemas com a polícia desde fevereiro, quando foi acusado de tentar enforcar uma mulher num bar na Islândia. Depois disso, foi preso em março no Havaí por criar tumulto em outro bar e autuado em abril por suspeita de agressão de segundo grau numa festa em uma residência particular, também no Havaí.
Em seguida, foi alvo de duas ordens de restrição. A primeira foi feita pelos pais de uma jovem de 18 anos da Reserva Indígena Standing Rock, na região de Dakota, que alegam que Miller manipulou sua filha desde que ela tinha 12 anos. Aos 18, ela abandonou a escola e fugiu de casa, indo parar na residência do ator. A jovem escreveu em seu Instagram que Miller a ajudou num momento difícil.
A segunda foi feita por pais de uma criança de 12 anos em Massachusetts, após Miller supostamente entrar em um confronto agressivo com sua família, exibir uma arma e constranger a criança com abraços e comentários sobre gênero, ao descobrir que ela se definia como não binária.
Para completar, em junho veio à tona a denúncia de que Miller estava abrigando uma mãe e seus filhos pequenos em sua fazenda em Vermont, em meio a condições inseguras, com armas e munição espalhadas pela propriedade. A mãe disse à publicação que o ator a ajudou a escapar de um casamento abusivo.
Em agosto, Miller pediu desculpas por seu comportamento e começou um tratamento de saúde mental. “Tendo passado recentemente por um período de crise intensa, agora entendo que estou sofrendo problemas complexos de saúde mental e comecei um tratamento contínuo”, disse ele em comunicado. “Quero pedir desculpas a todos que alarmei e aborreci com meu comportamento passado. Estou comprometido em fazer o trabalho necessário para voltar a um estágio saudável, seguro e produtivo em minha vida.”
O tratamento seria uma exigência da Warner Bros., que enfrentou um dilema em relação ao filme “The Flash” já concluído. Os custos para substituir o ator na produção seriam simplesmente caros demais – Miller não só está em quase todas as cenas como ainda tem papel duplo, como um Flash de outro universo. Também seria difícil arquivar o lançamento, após os gastos milionários investidos em sua produção. Mas há planos para tirá-lo do papel em próximas produções.
No ano passado, Miller supostamente teve uma reunião bem-sucedida com os presidentes do estúdio Warner Bros., Michael De Luca e Pamela Abdy, para se desculpar por todos os problemas jurídicos e midiáticos que seu comportamento causou. Porém, seu futuro dentro da Warner/DC ainda é incerto, visto que a nova diretoria, formada pelo cineasta James Gunn e o produtor Peter Safran (“O Esquadrão Suicida”), não detalhou qual será o futuro do Flash.