A apresentadora Antônia Fontenelle voltou a disparar ofensas pelas redes sociais. Desta vez, o alvo da youtuber enraivecida foi o look escolhido pela socióloga Janja da Silva, que se tornou a Primeira-Dama do Brasil no domingo (1/1), Por tabela, ela acabou entrando em “maus lençóis” com a escola de samba Imperatriz Leopoldinense.
Na ocasião, Antônia afirmou que o visual utilizado por Janja era da coisa da “velha-guarda da Imperatriz Leopoldinense”. O comentário, no entanto, colocou pontos de interrogação na mente dos seguidores.
Questionada sobre o significado da comparação de Janja com a escola de samba, a ex-atriz explicou que se trata de uma “escola apática”, que “nem fede, nem cheira”.
“[Isso] é a Imperatriz Leopoldinense. [E a primeira-dama] nem é a velha guarda da Mangueira, da Mocidade [Independente de Padre Miguel] ou da Grande Rio”, disparou.
A alegação de Antônia Fontenelle não agradou a presidente da agremiação carnavalesca, Cátia Drumond, que enviou um ofício à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) e pediu para que a apresentadora não seja convidada ao evento.
“A Imperatriz encaminhou hoje um ofício à Liga e à Riotur, solicitando que não seja credenciada aquela que desconhece e desrespeita publicamente as mais ancestrais e legítimas tradições da folia carioca, personificada pelos componentes de uma velha-guarda”, declarou nas redes sociais.
Além disso, a escola de samba fez questão de lembrar que é fundadora da LIESA e acrescentou que a Imperatriz Leopoldinense foi 8 vezes campeã do Carnaval do Rio de Janeiro.
Após o pedido, duas escolas de samba carioca foram a público para demonstrar apoio a agremiação. “Seguimos juntas!”, apontou a Mocidade Independente de Padre Miguel.
“Reza a boa educação que devemos RESPEITAR os mais velhos, pois eles, naturalmente, são dotados de mais experiência e sabedoria. Desrespeitar a Velha Guarda de uma escola de samba é, além de má educação, passar por cima de um legado construído à base de luta e resistência para que o maior espetáculo da Terra aconteça na proporção que tem. Mais que isso, é ignorância”, declarou a Salgueiro.
Como se não bastasse Antônia se tornar a “persona non grata” do Carnaval carioca, a instituição decidiu convidar à primeira-dama para se tornar madrinha da “galeria da velha-guarda” no desfile de 2023.
Este ano, a escola tem como enredo “o aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, do carnavalesco Leandro Vieira. A inspiração da Imperatriz está na figura do Lampião, a partir de fábulas da literatura de cordel.
Para fins de curiosidade, o terno de seda vintage com fibras naturais utilizado por Janja da Silva, na cerimônia de posse do presidente Lula, é legitimamente brasileiro.
O conjunto de pantalona, colete e blazer de seda foi criado pelas designers brasileiras Helô Rocha e Camila Pedroza, em colaboração com a Casa das Bordadeiras de Timbaúba. Além disso, o terno foi colorido naturalmente com caju, que trouxe a coloração amarela-dourada para o look final.
De acordo com a stylist e consultora de moda Manu Carvalho, a primeira-dama chamou a atenção por não aparecer com um vestido, “o que a coloca lado-a-lado com [as propostas de] Lula”.
“O rabo de cavalo no penteado também passa essa ideia de ação e trabalho, mais do que cabelos soltos. A maquiagem também está elegante. Todas as suas escolhas foram muito corretas”, ressaltou a profissional.
Já as joias de Janja foram feitas pelo ateliê de Flavia Madeira enquanto os saltos de couro vermelho são fabricação da paulista Juliana Bicudo. A primeira-dama reutilizou os mesmos calçados de seu casamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a pesquisadora e analista de moda Paula Acioli, o visual da primeira-dama “reafirma sua vontade de inovar e sua preferência por grifes e temas nacionais […] Reafirma a vontade de, através da moda, valorizar o artesanato e a cultura nacional”.