Kantar Ibope vai passar a medir audiência da Netflix no Brasil

A Netflix anunciou um acordo com a Kantar Ibope Media para medir sua audiência. Os dados começarão a ser analisados a partir de janeiro de 2023. Para a medição do ibope serão […]

Unsplash/Bastian Riccardi

A Netflix anunciou um acordo com a Kantar Ibope Media para medir sua audiência. Os dados começarão a ser analisados a partir de janeiro de 2023.

Para a medição do ibope serão analisados os acessos em TVs, celulares, laptops e outros dispositivos. Antes do acordo, a Netflix era medida numa categoria chamada “Conteúdo em Vídeo Sem Referência”, basicamente somente nas Smart TVs.

“Nunca foi tão importante para as empresas de mídia ter acesso a uma visão única da audiência para maximizar crescimento sustentado. A decisão da Netflix de aderir ao nosso serviço fortalece ainda mais nossa medição de audiência pela indústria”, declarou Antonio Wanderley, CEO de Divisão de Mídia da Kantar Ibope.

Com o acordo, a plataforma de streaming terá acesso a uma visão multiplataforma de seu desempenho. Os dados ajudarão a Netflix num melhor desempenho do serviço.

A oficialização de sua audiência no Brasil faz parte de uma estratégia comercial. A plataforma pretende demonstrar que tem mais público que alguns canais abertos para buscar as verbas do mercado publicitário. Num curto prazo, a Netflix acredita que pode “bater de frente” com a rede Globo.

Para a inclusão das propagandas, a Netflix pretende planos diferenciados, oferecendo descontos para anunciantes que decidirem entrar em todas as temporadas de determinadas séries.

Apesar disso, documentos internos apontam que os anúncios devem cobrir um prejuízo projetado pela Netflix com a perda de assinantes, diante do fortalecimento dos rivais. A plataforma estima uma redução de mais de 500 mil assinantes no próximo ano, o que derrubaria seu faturamento em cerca de R$ 180 milhões.

Aaposta é que o crescimento financeiro com anúncios possa não só compensar isso como representar até 30% de seus lucros totais.

A plataforma de streaming também prevê incentivos para produzir mais conteúdo nacional, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições, num crescimento alimentado por “refrescos orçamentários” via Lei Rouanet.