O apresentador Geraldo Luís, do “Balanço Geral”, desabafou sobre sua relação com o pai após abandono familiar que sofreu aos três anos de idade. O assunto surgiu durante o programa “A Tarde É Sua”, da RedeTV!.
Na entrevista comandada por Sonia Abrão, o jornalista desabafou que, ao longo dos anos, não conseguia entender o espírito natalino por conta do abandono de seu pai, que também se chama Geraldo. O apresentador também acrescentou que passou a entender a ocasião apenas após o nascimento do filho João Pedro Sacramento.
“Comecei a gostar e a entender o Natal depois que o meu filho nasceu, porque cheguei a odiar meu pai durante trinta e poucos anos”, desabafou. “Eu persegui meu pai, na época como repórter policial, pelo ódio. Porque ele nos deixou em uma data que não era [para ser deixada]. Tanta data para esse filho da put* ter nos deixado e ele vai fazer isso logo no dia 24 de dezembro!”
Posteriormente, Geraldo Luís foi questionado se encontrou com o pai em outras ocasiões, e ele garantiu que o encontro de fato aconteceu. Embora o ódio tenha sido constante, o jornalista relatou que a relação foi boa nas outras experiências.
“Entendi que ninguém é obrigado a amar ninguém. Não sou obrigado a amar você, você não é obrigada a me amar, só que tem hora que não dá. Então, ele tinha que ir, só que isso me perseguiu durante muito tempo. Muito, muito, Sonia. E eu cresci com essa revolta”, explicou.
“Mas quando a vida começa e você se torna pai, você vê que o grande livramento para você ser feliz é você perdoar e entender que não somos obrigados a muita coisa mesmo quando a gente provoca dor nas pessoas, as deixando ou não caminhando com elas.”
Adiante, o jornalista contou ao colunista Vladimir Alves que superou as desavenças com Geraldo após se tornar repórter policial da “Rádio Educadora”, de Limeira.
“A minha mãe chegou e falou assim: ‘o Geraldão está passando fome e você ajuda tanta gente no rádio, eu já era o Geraldo Luís do Rádio, por que você não consegue ser o Geraldo Luís do Rádio para ele?’ Ela me deu o endereço e eu fui e levei três cestas básicas”, acrescentou o apresentador.
“Foi aí que eu descobri que não poderia estar com ele. Fui com a caminhonete, desci e questionei onde morava o senhor Geraldo. Quando desci, comecei a ouvir um barulho de panela batendo. Isso me chamou atenção. Quando desço, encontrei uma casa pior do que aquela que eu e minha mãe morávamos, e uma placa ‘conserta-se panelas’”, lembrou sobre a visita.
“Quando eu olho, o Geraldão estava sem camisa, com três crianças, um monte de panela ao lado dele, e ele consertando-as. Veio na minha mente esse entendimento de vida: ‘Se ele tivesse ficado, eu estaria aqui vendendo panela e não seria o Geraldo do Rádio’”, finalizou o papo.
No ano passado, o jornalista havia sido entrevistado por Reinaldo Gottino, onde declarou que não queria falar sobre o assunto, mas acabou contando mais a história. “[Ele] foi um filho da put*”, começou.
“Alguém que deixa… eu vou falar agora. Você não é obrigado a amar a sua mulher para o resto da vida. O meu casamento durou 14 anos e eu nunca traí durante 14 anos, mas chegou uma hora em que eu falei: ‘Não te amo mais, não te quero, não tem mais tesão, acabou’. Tem gente que continua e faz casamento de fachada”, comentou.
“E eu nunca consegui chamar o meu pai de pai. Eu senti ódio desse cara por muito tempo. Odiei o Geraldo, odiei de ódio. Alguém que deixa um garoto de dois anos de idade com uma mulher, falando que vai comprar cigarro e nunca mais volta, olha… podia ter falado ‘não te amo mais’ e acabou”, acrescentou Geraldo Luís, indignado.
Na sequência, o apresentador contou que seu pai apenas tomou a decisão de ir embora e se mudar para a casa de uma mulher, que era sua amante. “Meu pai frequentava puteiro… Ele se amigou com essa mulher e foi lá”, disse.
“Eu sou filho único, foi só eu e a minha mãe Olga, aquela mulher guerreira. Faxineira. A minha mãe queria me dar algo digno. Ela foi o meu grande pai”, pontuou o jornalista. Na mesma entrevista a Gottino, Geraldo Luís acrescentou a sorte de ter “outros” pais em sua vida.