O comediante Bill Cosby foi acusado de abuso sexual por mais cinco mulheres. As vítimas entraram com uma ação nessa segunda (5/12) no tribunal de Nova York, tanto contra Cosby quanto contra a emissora NBC, que exibia a série “The Cosby Show” e que supostamente acobertou muitos dos atos do comediante.
As novas acusadoras de Cosby são Lili Bernard, Cindra Ladd, Eden Tirl, Jewel Gittens e Jennifer Thompson. Elas se juntaram para processar o ator sob o Adult Survivors Act, uma lei do estado de Nova York que suspende temporariamente a prescrição de denúncias de agressões sexuais mais antigas.
A lei permite que se abra uma “janela retroativa” de um ano para os acusadores entrarem com ações civis de agressão sexual, independentemente do estatuto de limitações.
A janela foi aberta em 24 de novembro, seis meses depois que a governadora Kathy Hochul assinou a lei. Ao contrário de iniciativas semelhantes em Nova York e outros estados, a lei se aplica a acusadores que eram adultos na época das supostas agressões.
As mulheres alegam que Cosby as estuprou ou as forçou a realizar atos sexuais. Quatro das alegações datam do final dos anos 1980 ou dos anos 1990, quando o ator estava no auge de sua fama estrelando a série “The Cosby Show” na NBC. Já a quinta acusação foi feita por Ladd, uma ex-executiva de Hollywood que disse que Cosby a estuprou em 1969.
Lili Bernard, outra das acusadoras, é atriz e participou de um episódio de “The Cosby Show”. Ela apresentou sua alegação pela primeira vez em 2015, em uma coletiva de imprensa com Gloria Allred, advogada americana conhecida por lutar por direitos femininos.
Bernard entrou com uma ação separada contra Cosby em Nova Jersey em 2021. Ela também compareceu ao julgamento civil realizado em Santa Monica, na Califórnia, em junho de 2022, no qual um júri ordenou que Cosby pagasse US$ 500 mil a Judy Huth por agredi-la sexualmente em 1975, quando ela tinha 16 anos.
O porta-voz de Cosby, Andrew Wyatt, chamou o processo de “frívolo” e disse que as cinco mulheres faziam parte de um “desfile de acusadoras” que se apresentou entre 2014 e 2016.
“Como sempre afirmamos, e agora a América pode ver, não se trata de justiça para as vítimas de suposta agressão sexual, é TUDO SOBRE DINHEIRO”, disse Wyatt, em comunicado. “Acreditamos que os tribunais, assim como o tribunal da opinião pública, seguirão as regras da lei e isentarão o Sr. Cosby dessas supostas acusações. O Sr. Cosby continua negando veementemente todas as alegações feitas contra ele e espera se defender no tribunal.”
Cosby, agora com 85 anos, foi condenado na Pensilvânia em abril de 2018 por uma acusação criminal de agressão sexual. Mas foi libertado em 2021, após passar quase três anos na prisão, com a anulação da condenação pela Suprema Corte do estado.