A Sony Pictures adquiriu os direitos de Tarzan para novas produções. De acordo com a revista The Hollywood Reporter, os planos para o personagem de Edgar Rice Burroughs são uma “reinvenção total” para o século 21.
Tarzan já passou por inúmeras reinvenções desde que foi concebido por Burroughs em 1912 como uma publicação serializada de pulp e ganhou seu primeiro filme em 1918. Mas a premissa nunca mudou: um menino órfão criado na selva por grandes símios se apaixona por uma jovem chamada Jane e acaba deixando a selva por ela, mudando-se para a Inglaterra, onde descobre que a civilização é muito mais bárbara do que a dita vida selvagem e decide voltar para a África. Em meio a tudo isso, as telas se encheram de aventuras, incluindo lutas contra animais, caçadores, nazistas e até amazonas de cidades perdidas.
O auge de sua popularidade aconteceu nos anos 1930, quando o nadador olímpico Johnny Weissmuller passou a interpretá-lo no cinema, mas o personagem também teve uma fase de sucesso nos 1960, devido a uma série estrelada por Ron Ely, e na virada do século, quando a Disney lançou sua versão animada.
A última versão do Homem Macaco foi um filme da Warner, com Alexander Skarsgard e Margot Robbie, em 2016, que não atingiu o sucesso esperado. Um dos motivos foi o subtexto que acompanha o personagem.
Os livros de Burroughs refletem o colonialismo do início dos anos 1910 e o mito do salvador branco, além de estereótipos raciais e de gênero que envelheceram mal depois de um século e não condizem com a cultura atual. Por isso, os planos de reinvenção.
O dado mais interessante da negociação da Sony é que Tarzan já se encontra em domínio público. As primeiras histórias de Burroughs podem ser levadas ao cinema sem ônus. Mas o escritor seguiu criando aventuras de Tarzan até sua morte em 1950 e a fase final ainda está sob proteção autoral.