Walter Hamada, presidente da DC Films, deixou o cargo que ele exercia desde 2018. De acordo com o site Deadline, Hamada só está esperando para o alto comando da Warner Bros Discovery finalizar seu pagamento de saída.
O contrato de Hamada previa que ele comandasse a DC Films até 2023, mas com o cancelamento do filme da “Batgirl” ele se sentiu “atropelado” e resolveu pedir demissão. Na ocasião, foi acordado que Hamada se manteria no cargo até o lançamento de “Adão Negro”, que estreia nessa quinta (20/10) no Brasil.
Porém, apesar de ele ter mantido o seu cargo nos últimos meses, o site Deadline apurou que ele já esvaziou seu escritório e não estava participando de nenhuma reunião criativa.
Hamada é o quinto alto executivo da Warner Bros a sair da empresa desde que David Zaslav virou CEO da Warner Bros Discovery. Os outros executivos que saíram foram Toby Emmerich (presidente do Warner Bros. Motion Picture Group), Courtenay Valenti (presidente de produção e desenvolvimento), Carolyn Blackwood (diretora de operação da Motion Picture Group) e Allison Abbate (vice-presidente executiva do grupo de animação).
Supostamente, Hamada já sabia que estava com os dias contados mesmo antes da polêmica do filme da “Batgirl”. Afinal, David Zaslav sempre deixou claro que queria alguém no estilo de Kevin Feige (chefão da Marvel Studios) para comandar os filmes da DC.
Uma das possibilidades levantadas por Zaslav para assumir esse papel foi o produtor Dan Lin (“Uma Aventura Lego”), que teria sido sondado, mas não chegou a um acordo profissional.
Embora não seja o “Kevin Feige da DC”, Hamada fez um trabalho notável enquanto estava à frente do estúdio. Ele assumiu a função de presidente da DC em 2018, logo após o fracasso de “Liga da Justiça” (2017), com o objetivo de restaurar a credibilidade da marca. Sob a sua tutela, a DC passou a produzir filmes que fizeram mais sucesso, surpreendendo o mercado no caso de “Coringa” (2019), e sem vínculos com um universo mais amplo, como “Batman” (2022), ao mesmo tempo em que deu sequência às produções derivadas do “universo de Zack Snyder”, como “Aquaman” e “Mulher-Maravilha 1984”.
Também foi ele quem trouxe James Gunn para comandar “O Esquadrão Suicida” (2021) e criar a bem-sucedida série “Pacificador”. Hamada também estava envolvido no desenvolvimento de séries dos personagens Pinguim e Amanda Waller, estreladas por Colin Farrell e Viola Davis, respectivamente – ambas ainda em estágio de pré-produção.
Ele assumiu o comando da DC Films após ser vice-presidente executivo de produção da New Line, onde também supervisionou franquias de sucesso, como os terrores “Invocação do Mal” e “It – A Coisa”.
Mas Hamada também se envolveu em polêmicas, acusado de tentar calar as acusações de Ray Fisher (o Ciborgue) sobre o ambiente tóxico nos bastidores das refilmagens de “Liga da Justiça”, e de buscar limar Amber Heard de “Aquaman 2”.
Além de “Adão Negro”, os próximos filmes da DC incluem “Shazam! Fúria dos Deuses”, “The Flash”, “Besouro Azul” e “Aquaman e o Reino Perdido”, todos previstos para estrear em 2023, além de “Joker: Folie à Deux”, continuação de “Coringa”, que deve estrear só em 2024.
Por conta dos bastidores tumultuados, estes são os únicos projetos da DC confirmados e todo o resto encontra-se paralisado – enquanto a Marvel mapeia seus lançamentos até 2026 e além.