“Top Gun: Maverick” tem uma das maiores estreias do ano nos cinemas

“Top Gun: Maverick” é a maior estreia deste fim de semana. Com Tom Cruise à frente de caças velozes e um grandioso espetáculo visual, o filme aterrissa em mais de 1,6 mil […]

Divulgação/Paramount

“Top Gun: Maverick” é a maior estreia deste fim de semana. Com Tom Cruise à frente de caças velozes e um grandioso espetáculo visual, o filme aterrissa em mais de 1,6 mil salas nesta quinta (26/5), num dos maiores lançamentos do ano nos cinemas brasileiros.

A programação se completa com mais três títulos, que podem ser conferidos abaixo com maiores informações e seus trailers.

 

 

| TOP GUN: MAVERICK |

 

Um dos últimos grandes astros de Hollywood, Tom Cruise chega aos 60 anos no auge. É impressionante que, a esta altura da carreira, seus dois filmes mais recentes sejam considerados os melhores de toda a sua trajetória. Aplaudidíssimo no Festival de Cannes, “Top Gun: Maverick” voa alto com 97% de aprovação da crítica contabilizada no Rotten Tomatoes, tornando-se o filme mais bem avaliado de sua filmografia, empatado com “Missão: Impossível – Efeito Fallout”, o lançamento anterior.

O mais interessante é que “Top Gun: Maverick” é um filme-fetiche de Tom Cruise, idolatrando-o sem pudor. Toda a trama gira em torno dele, ao retomar o papel que o projetou no cinema de ação. O longa chega a repetir vários elementos do lançamento original – recriações de cenas e até de música-tema – , mas se prova muito melhor que a velha propaganda de recrutamento militar, lançada em 1986 com rock da MTV. Principalmente porque os tempos mudaram. Pilotos de caça viraram uma espécie em extinção nos conflitos modernos de drones. Não há glamour nos jogos de guerra à distância, e nesse sentido o patriotismo da antiga produção virou um espetáculo anacrônico.

Este contexto é explorado na continuação, que reencontra o personagem Maverick mais humilde e tendo uma última chance, após um percurso sem promoções, como instrutor da escola de pilotos em que se graduou. Nesta nova situação, ele vai precisar lidar com alunos que o acham ultrapassado, entre eles o filho amargurado de Goose (Anthony Edwards), falecido no filme de 1986. O desafio se torna ainda maior quando tem que liderar os pilotos numa situação de batalha real.

O filho de Goose é vivido por Miles Teller (“Whiplash”) e os demais intérpretes de pilotos são Monica Barbaro (“Chicago Justice”), Glen Powell (“Estrelas Além do Tempo”), Danny Ramirez (“Falcão e o Soldado Invernal”), Jay Ellis (“Insecure”) e Lewis Pullman (filho de Bill Pullman, visto em “A Guerra dos Sexos”). Além deles, o elenco ainda inclui Jennifer Connelly (“Expresso do Amanhã”), Ed Harris (“Westworld”), Jon Hamm (“Mad Men”) e Val Kilmer, que também reprisa seu papel do primeiro “Top Gun” como Iceman.

A direção está a cargo de Joseph Kosinski, que já tinha dirigido Cruise na sci-fi “Oblivion” (2013) e se consagra de vez no comando das cenas aéreas. Quem ver em tela IMAX deve se preparar para a vertigem.

 

 

| LUTA PELA FÉ – A HISTÓRIA DO PADRE STU |

 

O astro Mark Wahlberg (“Uncharted”) investiu seu próprio dinheiro para produzir esse drama religioso baseado em história real, que mostra a transformação de um bad boy num padre adorado.

O filme mostra toda a trajetória do protagonista, vivido pelo próprio Wahlberg, desde seu passado como boxeador, sua mudança para Los Angeles com o sonho de virar ator e o emprego de balconista que o fez encontrar a religião – na verdade, uma bela latina que só namorava homens batizados. Mas é só após um grave acidente de moto, responsável por sequelas, que Stu encontra sua vocação, usando o que lhe restou de capacidade física para seguir o sacerdócio. E seu exemplo acaba inspirando multidões.

A produção também destaca Mel Gibson (“A Força da Natureza”) e Jacki Weaver (“O Grito”) como os pais de Stu, além de Teresa Ruiz (“Luis Miguel: A Série”) e Malcolm McDowell (“Gossip Girl”).

Roteiro e direção são de Rosalind Ross, que é namorada de Gibson e estreia nas duas funções no cinema, após escrever um curta e um episódio da serie “Matador” em 2014. A crítica americana não aprovou (43% no Rotten Tomatoes) e o público não se importou, rendendo uma bilheteria abaixo das expectativas (R$ 20 milhões, metade do orçamento de US$ 40 milhões). Wahlberg perdeu dinheiro.

 

 

| TANTAS ALMAS |

 

O diretor colombiano Nicolás Rincón Gille usou sua experiência como documentarista nesta estreia na ficção, filmada com atores não profissionais e em locações reais, numa intersecção com seus documentários.

Na trama, o pescador José atravessa o rio Magdalena, o maior da Colômbia, em busca dos corpos de seus dois filhos, assassinados por paramilitares. Apesar de sua dor, José está determinado a encontrá-los para dar o enterro que merecem e, assim, impedir que permaneçam como almas errantes. Em sua jornada, encontra a magia de um país despedaçado.

Gille já tinha filmado a violência rural, o rio e as superstições colombianas em três longas documentais. Ao reunir essas referências numa única narrativa, atingiu uma síntese tão imersiva quanto realista: um retrato da Colômbia profunda não visto em postais, que impressionou a crítica internacional e venceu o Festival de Marrakech.

 

 

| SUZANNE DAVEAU |

 

O documentário português é dedicado à geógrafa Suzanne Daveau, com material de arquivo e depoimentos para a câmera, cobrindo desde seus anos estudantis durante a 2ª Guerra Mundial e pesquisas de campo na África e Portugal. Dirigido por Luísa Homem (“No Trilho dos Naturalistas: São Tomé e Príncipe”), o filme traça o esboço de uma mulher aventureira, que atravessa o século 20 até aos dias de hoje, guiada pela paixão da investigação geográfica – que rendeu uma extensa coleção de obras publicadas.