O secretário especial de Cultura Mário Frias perdeu uma ação que movia contra Armando Babaioff (“Segundo Sol”) por danos morais. Ele processou o ator por ser chamado de “racista”, “bosta” e “sem talento”, após escrever no Twitter em 2021 que o ativista negro Jones Manoel “precisava de um bom banho”.
A decisão publicada na sexta-feira (18/3) pelo 6º Juizado Especial Cível de Brasília, no Distrito Federal, julgou a ação improcedente e ainda sugeriu que Frias foi racista mesmo.
Além de considerar que as definições de Babaioff sobre Frias partem da opinião pessoal referente a uma pessoa “política que é ocupadora de cargo público”, sendo assim, sujeita ao “escrutino popular”, a sentença ainda destacou que o racismo ainda é “notório” em nosso país e que “há a incorreta e lamentável associação de afrodescendentes a aspectos negativos, tais como a sujeira”.
De fato, Frias teve que se explicar posteriormente porque considerava que um homem negro “precisava de um bom banho”. O secretário disse que suas palavras se tratavam de uma metáfora que indicava que o ativista precisava “tomar um banho de caráter”, apesar não ter usado a palavra “caráter”.
Para o juizado, Mário Frias “não desconhece a potencial interpretação de que indicar que pessoa afrodescendente precisaria ‘tomar um banho’ leva à natural percepção de repetição da associação pejorativa em questão”.
A decisão ainda cabe recurso.