Dados disponibilizados pelo site Ingresso.com revela que o público brasileiro prefere assistir filmes dublados em português.
Um levantamento das vendas de ingressos do site apontou que em 2021 mais de 73% da procura foi por versões dubladas.
A tendência deve ser, inclusive, ampliada em 2022, já que somente “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” foi responsável por 82% das vendas dubladas no período.
Muitas teorias podem explicar essa preferência, mas a conclusão mais óbvia é que a pandemia afastou dos cinemas o público mais velho, de tradição cinéfila. Os blockbusters que tem lotado as salas atraem mais crianças e adolescentes sem tradição cinematográfica, que cresceram vendo filmes dublados na TV.
A dublagem tem como ponto positivo facilitar a vida de disléxicos, que têm mais dificuldades em acompanhar as legendas. Por outro lado, inclui uma intermediação entre o desempenho dos atores e os espectadores, ao constituir uma camada a mais no desempenho visto nas telas, que pode não corresponder às entonações e sugestões originais dos intérpretes no momento das filmagens.
Outro problema das cópias dubladas é a deterioração do som original.
Embora as faixas sonoras sejam gravadas nos EUA com o que há de mais avançada em tecnologia de som, a versão brasileira é muitas vezes feita por estúdios de dublagem que não tem acesso à tecnologia equivalente, criando um contraste entre uma trilha musical bastante nítida e sons abafados em primeiro plano. Para incluir a dublagem em português, o filme sofre inevitável perda sonora, que é melhor detectada em salas de padrão de som superior – ironicamente, paga-se mais para perceber um som pior.
Confiram vocês mesmos, ao comparar abaixo a diferença dos sons das versões dublada e legendada do trailer de “Batman”, filme recém-lançado nos cinemas brasileiros.