A ex-atriz Regina Duarte demonstrou neste fim de semana nas redes sociais que continua uma bolsonarista convicta, com posts criticando o Dia da Consciência Negra e o “fique em casa maligno”. “Fique em casa” é como Bolsonaro batizou, de forma pejorativa, o isolamento social necessário para evitar a superlotação dos hospitais e o morticínio durante o pico da pandemia de covid-19.
No sábado, ela postou um texto no Instagram em que (ainda) reclama do isolamento social e, paradoxalmente, critica o fim dele. “Te proibiram de viver e agora querem festejar o Carnaval?” diz o texto.
Na legenda, Regina Duarte reforçou seu posicionamento acusando o “‘fique em casa’ maligno” de ter feito mal ao país, desde prejudicar a saúde (sério!) pela falta de sol até a economia. “E a Economia, agora, quem assume?”, questionou, ironicamente sugerindo que o país não tem governo.
Vale lembrar que o tal movimento “fique em casa” chegou a ser defendido até por Gabriela Duarte, filha da atriz – entre outras pessoas sensatas que ajudaram o país a passar pela pior fase da pandemia, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde.
Não contente, ela dobrou a aposta neste domingo (21/11) com uma crítica ao Dia da Consciência Negra. Ao lado do vídeo de uma entrevista infeliz do ator Morgan Freeman, da qual ele já se arrependeu, a ex-atriz escreveu: “Ontem foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Quando teremos o Dia da Consciência Branca, Amarela, Parda…?”.
Sugerindo que não existe racismo a ser enfrentado no Brasil, ela ainda lamentou a vitimização por “culpas antepassadas”, sugerindo que lutar por melhores condições de igualdade é “olhar para trás”.
O texto original diz: “Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas? Quando vamos parar de olhar pra trás e enfrentar o hoje e nós olharmos com a coragem da cara limpa? Maduros, evoluídos, conscientes de nossa luta, irmanados em nossa capacidade, de sermos… HUMANOS? Simplesmente IRMÃOS?”.
Regina Duarte virou ex-atriz ao aceitar o convite de Bolsonaro para encerrar um contrato lucrativo com a rede Globo e assumir a pasta da secretaria de Cultura. Ficou no cargo três meses, sendo demitida num vídeo risível em que Bolsonaro a engabelou com outra de suas muitas lorotas – prometendo lhe dar a presidência da Cinemateca. Durante o período em que esteve à frente da secretaria, ela conseguiu desagradar a maioria da classe artística do país, dar entrevistas constrangedoras, transformar velhos amigos em inimigos e liquidar todo o respeito que tinha conquistado ao longo da carreira.
A desmoralização, porém, não parece ter sido suficiente para quebrar seu encantamento com o ideário bolsonarista. Ela continua firme no compartilhamento de memes e mensagens extremistas.