O ator Eddie Redmayne disse ter se arrependido de interpretar uma mulher trans no filme “Garota Dinamarquesa”, de 2015. “Fiz com as melhores intenções, mas acho que foi um erro”, declarou em entrevista ao jornal britânico The Sunday Times.
Ele ainda acrescentou que “não aceitaria o papel agora”.
O ator chegou a ser indicado ao Oscar pelo papel de Lili Elbe, uma das primeiras pessoas a se submeter à cirurgia de redesignação sexual.
Na época do lançamento, “Garota Dinamarquesa” foi alvo de críticas por dar o papel a um ator cisgênero, em vez de escalar um ator transexual. Mas o vencedor do Oscar de melhor ator por “A Teoria de Tudo” chegou a defender sua escalação, dizendo que acreditava “ser possível interpretar qualquer tipo de papel com senso de integridade e responsabilidade”.
Hoje, Redmayne mudou de opinião. “A maior discussão sobre as frustrações em torno do elenco do filme gira em torno de como muitas pessoas não têm um lugar à mesa. Deve haver um nivelamento, senão vamos continuar tendo esse tipo de debate”, disse.
A declaração vem meio à nova polêmica que o envolve indiretamente. O próximo filme estrelado pelo ator, “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”, tem roteiro de J.K. Rowling, a criadora de “Harry Potter”, que ganhou fama de transfóbica nos últimos meses, após uma série de publicações nas redes sociais.
Pressionado a se manifestar sobre os tuítes e textos transfóbicos de Rowling no ano passado, Redmayne disse em comunicado: “O respeito pelas pessoas trans continua sendo um imperativo cultural e, ao longo dos anos, tento me educar constantemente. Este é um processo contínuo”.
“Como alguém que trabalhou com J.K. Rowling e com membros da comunidade trans, eu queria deixar absolutamente claro com quem estou. Eu discordo dos comentários de Jo. Mulheres trans são mulheres, homens trans são homens e identidades não binárias são válidas. Eu nunca gostaria de falar no nome da comunidade, mas sei quem meus amigos e colegas transexuais estão cansados desse questionamento constante de suas identidades, que muitas vezes resulta em violência e abuso. Eles simplesmente querem viver suas vidas em paz, e é hora de deixá-los viver assim”, completou.