Ralph Carmichael, um prolífico compositor e arranjador de músicas e trilhas, morreu na segunda-feira (18/10) em Camarillo, Califórnia, aos 94 anos. A causa da morte não foi informada.
Carmichael iniciou sua longa carreira no início dos anos 1950, quando sua banda escolar apareceu na TV local de Los Angeles. Pouco depois, ele começou a compor músicas incidentais para séries como “I Love Lucy”, “December Bride” e “Bonanza”, entre outras, passando rapidamente a criar trilhas para filmes B e a exercer o cargo de diretor musical de especiais de TV com cantores como Roy Rogers, Bing Crosby, Barbara McNair, Julie London e Anita Bryant.
Entre suas trilhas de cinema, destaca-se “A Bolha Assassina”, sci-fi barata de 1958 que lançou a carreira cinematográfica do ator Steve McQueen, e que contou com participação de Burt Bacharah na faixa de abertura. Já na TV, o destaque foi a música-tema de “Minha Mãe, o Carro” (1965). Carmichael compôs a divertida melodia que acompanhava a descrição da premissa da série, sobre a reencarnação da mãe do protagonista (Jerry Van Dyke) como um carro.
Ele também se destacou na música popular americana, como arranjador, maestro, pianista e produtor de discos de Nat King Cole, Frankie Laine, Rosemary Clooney, Bing Crosby e Roger Williams. Entre os nove álbuns que gravou com Cole, encontra-se o clássico “The Magic of Christmas”, de 1960, que se tornou um dos discos de Natal mais tocados de todos os tempos.
O compositor fundou sua própria gravadora em 1968, especializando-se em lançar artistas cristãos, como Andrae Crouch, os Continental Singers, Cliff Richard e seu próprio grupo de estúdio, The Young People.
Creditado por escrever mais de 300 canções gospel, Carmichael também assinou a trilha do filme religioso “A Cruz e a Navalha” (1970), em que o cantor Pat Boone vivia um padre em luta contra jovens delinquentes.
Ele ainda serviu por vários anos como presidente da Associação da Música Gospel dos EUA, ocasião em que chegou a ser conhecido como o “Pai da Música Cristã Contemporânea”.
Mas o rótulo não foi seu único reconhecimento. Carmichael entrou para o Hall of Fame da Música Evangélica em 1985 e um ano depois publicou uma autobiografia em que falava de sua fé, batizada com o nome de uma de suas gravações de gospel mais famosas, “He’s Everything to Me”.
Em 1994, ele recebeu o Grammy gospel, o Dove Award, por seu disco “Strike Up the Band”, e ainda foi homenageado no Hall of Fame dos Difusores Religiosos em 2001.
Lembre abaixo a música-tema de “Minha Mãe, o Carro”.