Mostra de São Paulo retoma festivais de cinema no Brasil

A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa nesta quarta (20/10), a partir das 20h, sua edição de número 45 com uma abertura diferenciada. Pela primeira vez, o evento não terá […]

Instagram/Mia Hansen-Love

A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa nesta quarta (20/10), a partir das 20h, sua edição de número 45 com uma abertura diferenciada. Pela primeira vez, o evento não terá uma cerimônia oficial num local fixo, optando em vez disso por exibir 12 filmes diferentes em dez salas da capital paulista numa celebração pela volta aos cinemas. O evento é o primeiro grande festival de cinema presencial no Brasil desde o começo da pandemia.

A programação dessa noite inaugural traz alguns dos filmes mais populares da Mostra, como “Noite Passada em Soho”, de Edgar Wright, e “A Crônica Francesa”, de Wes Anderson, além de “Bergman Island”, da francesa Mia Hansen-Love, e o vencedor do Festival de Berlim, “Má Sorte no Sexo ou Pornô Amador”, do romeno Radu Jude.

São ao todo nove longas e um programa com três curtas-metragens (incluindo “A Voz Humana”, de Pedro Almodóvar, e “Ato”, de Bárbara Paz), antecedidos pela projeção virtual da cerimônia de inauguração, com a diretora da Mostra, Renata de Almeida, além da participação de convidados. Veja abaixo a lista dos locais e filmes confirmados.

O evento vai se estender até 3 de novembro no tradicional circuito alternativo da capital paulista – o maior do país para produções de arte – , que inclui os cinemas do Espaço Itaú (Augusta, Frei Caneca e Pompeia), Petra Belas Artes, Cinesesc, Reserva Cultural, Cinesala e o novo Cine Marquise (ex-Cinearte).

Também receberão sessões a preços populares o Centro Cultural São Paulo, o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e o Museu da Imigração, na Zona Leste da cidade. Além disso, o vão-livre do Masp promoverá exibições gratuitas ao ar livre.

Mas para assistir às sessões, o público precisará comprovar que se encontra imunizado contra a covid, para que as pessoas “se sintam mais seguras numa sala de cinema em que elas saibam que todo mundo está vacinado”, de acordo com o anúncio oficial. As salas terão só 50% da ocupação e o uso de máscara será obrigatório.

Quem não estiver com a vacinação em dia deverá se contentar com os títulos que serão disponibilizados em plataformas digitais – não serão todos. Dos 265 filmes de mais de 50 países que compõem a programação completa, 157 poderão ser vistos online – ou seja, quase 60% do total.

A maior parte dos títulos online estará disponível na Mostra Play: 131 filmes ao todo. Eles poderão ser vistos por meio da aquisição de ingressos virtuais, que custam de R$ 12 para aquisição individual até R$ 150,00 em pacotes com 15 ingressos. Os serviços parceiros Sesc Digital e Itaú Cultural Play também terão uma programação da Mostra.

Mas alguns dos filmes mais aguardados não terão sessões virtuais. Para ver “Titane”, terror de Julia Ducournau que venceu a Palma de Ouro, “A Conexão Francesa”, de Wes Anderson, e “A Viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky, por exemplo, só indo ao cinema.

Entre os filmes confirmados na programação completa estão destaques dos festivais europeus deste ano. Além dos vencedores da Palma e do Urso de Ouro, há vários títulos premiados de Cannes como “Annette”, do francês Leos Carax, “Noche de Fuego”, da salvadorenha Tatiana Huezo, “Memoria”, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, e “Murina”, da croata Antoneta Alamat Kusijanovi

O cinema nacional também estará bem representado com obras de trajetória internacional, como “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, premiado no Festival de Veneza e escolhido para representar o Brasil no Oscar, “Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, exibido em Cannes, “Bob Cuspe”, de Cesar Cabral, premiado no festival de animação de Ottawa, “Medusa”, de Anita Rocha da Silveira, premiado em San Sebastián e Sitges, além da première mundial de “A Viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky, a exibição de dois documentários sobre o cartunista Ziraldo, que assina a arte do cartaz da Mostra deste ano, e o lançamento de um documentário sobre a tragédia epidêmica brasileira, “SARS-CoV-2 / O Tempo da Pandemia”, dirigido pelos irmãos Eduardo e Lauro Escorel.

Como faz tradicionalmente, a Mostra terá homenagens a realizadores importantes. Este ano, o diretor português Paulo Rocha terá uma retrospectiva com seus filmes e a atriz e diretora brasileira Helena Ignez receberá o prêmio Leon Cakoff.

O número de títulos é maior que o disponibilizado no ano passado, quando a Mostra foi 100% online, mas bem menor que no período anterior à pandemia e de forma até mais significativa, como era antes do governo Bolsonaro. A lista completa pode ser conferida no site oficial do evento: 45.mostra.org.

Confira abaixo a programação da abertura.

Cine Marquise | sala 1: “Noite Passada em Soho”, de Edgar Wright
Cinesesc: “Bergman Island”, de Mia Hansen-Love
Cinesala: “Compartment Nº 6”, de Juho Kuosmanen
Espaço Itaú – Augusta | sala 3: programa de curtas com “A Voz Humana”, de Pedro Almodóvar, “A Noite”, de Tsai Ming Liang e “Ato”, de Bárbara Paz.
Espaço Itaú – Frei Caneca | sala 1: “A Crônica Francesa”, de Wes Anderson
Espaço Itaú – Frei Caneca | sala 2: “Um Herói”, de Asghar Farhadi
Espaço Itaú – Frei Caneca | sala 3: “A Caixa”, de Lorenzo Vigas
Petra Belas Artes | sala Leon Cakoff: “Roda do Destino”, de Ryusuke Hamaguchi
Reserva Cultural | sala 1: “Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental”, de Radu Jude
Centro Cultural São Paulo | sala Paulo Emílio: “Lua Azul”, de Alina Grigore