“Deserto Particular”, de Aly Muritiba, será exibido no Festival de Veneza

Um terceiro filme brasileiro foi selecionado para exibição durante o Festival de Veneza. “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, fará parte da mostra paralela Venice Days. O longa se junta à seleção brasileira […]

Divulgação/Pandora

Um terceiro filme brasileiro foi selecionado para exibição durante o Festival de Veneza. “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, fará parte da mostra paralela Venice Days.

O longa se junta à seleção brasileira do festival, que conta com “7 Prisioneiros”, de Alexandre Moratto, e o curta “Ato”, dirigido por Bárbara Paz, nas categorias competitivas das mostras Horizontes Extra e Horizontes, respectivamente.

Vivendo uma das fases mais produtivas de sua carreira, Aly Muritiba assinou este ano a série documental “O Caso Evandro” na Globoplay e ainda vai lançar outro longa no Festival de Gramado, “Jesus Kid”, após ter vencido o evento de 2018 com “Ferrugem”.

“Deserto Particular” lida com aquilo que o diretor chama de “os afetos masculinos no Brasil contemporâneo” e traz Antonio Saboia (“Bacurau”) como protagonista, no papel de um policial curitibano.

De acordo com a sinopse, ele está afastado do trabalho depois de cometer um erro e com tempo para investigar o desaparecimento de uma moradora do sertão da Bahia com quem se correspondia por aplicativo de celular. A suspeita o leva a cruzar o país em busca de seu amor. E em Sobradinho encontra o personagem de Pedro Fasanaro (“Onde Nascem os Fortes”).

“’Deserto Particular’ é um filme de encontros. Desde 2016, com o golpe que tirou do poder uma presidenta (sic) democraticamente eleita, minha geração, formada depois da Ditadura Militar, enfrenta o momento mais dramático de sua existência. O país afundou numa espiral de ódio que culminou com a eleição de um fascista como presidente. Depois da eleição de Jair Bolsonaro, todas as minorias, mulheres, indígenas, a comunidade LGBTQIAP+, negros, entre outros, passaram a ser sistematicamente perseguidas, e o país se dividiu entre o sul conservador e o norte e nordeste progressista. Essa época de ódio me motivou quando decidi sobre o que seria meu próximo filme. Faria uma obra sobre encontros. Nesse momento de ódio, resolvi fazer um filme sobre o amor”, explicou o cineasta em comunicado.

O filme será lançado no Brasil pela Pandora, que ainda não divulgou previsão de estreia.