Amazon fecha compra da MGM por US$ 8,45 bilhões

A Amazon fechou um acordo nesta quarta (26/5) e comprou lendário estúdio de cinema MGM por US$ 8,45 bilhões. Apesar de ter sido vazada na semana passada, a negociação teria sido bem […]

Divulgação/Amazon e MGM

A Amazon fechou um acordo nesta quarta (26/5) e comprou lendário estúdio de cinema MGM por US$ 8,45 bilhões.

Apesar de ter sido vazada na semana passada, a negociação teria sido bem mais longa – e, além da Amazon, a Apple também teria aberto conversas com o estúdio, mas o preço da aquisição foi considerado muito elevado para o prosseguimento das negociações.

“O valor financeiro real por trás deste negócio é o tesouro de um catálogo profundo que planejamos reimaginar e desenvolver junto com a talentosa equipe da MGM. É muito empolgante e oferece muitas oportunidades para contar histórias de alta qualidade”, disse Mike Hopkins, vice-presidente sênior da Prime Video e Amazon Studios, ao revelar a compra pela manhã.

O catálogo da MGM é vastíssimo, considerando que se trata de um dos estúdios mais antigos de Hollywood (fundado em 1924). A lista é repleta de clássicos (“O Mágico de Oz”, “E o Vento Levou”, “Rocky”, “O Silêncio dos Inocentes”), franquias cobiçadas no mundo do streaming (como os filmes de 007 e três séries longevas de um mesmo universo, “Stargate”), além de atrações modernas como os filmes “Creed”, “A Família Addams”, “Nasce uma Estrela”, as séries “The Handmaid’s Tale”, “Vikings”, “Fargo”, reality shows como “The Voice”, “Survivor”, “Shark Tank” e até um canal de TV paga, o Epix.

Mas como frisou o executivo da Amazon, o negócio também inclui os direitos criativos de todas as produções – menos 007, que é propriedade da EON Productions – , para serem utilizados em novas continuações, remakes e séries derivadas.

O negócio é a maior aquisição da Amazon no setor de mídia, e sinaliza que a empresa está disposta a investir pesadamente em conteúdo para seus serviços de streaming.

A Amazon investiu US$ 11 bilhões em conteúdo em 2020, ante US$ 7,8 bilhões no ano anterior, e acaba de atingir 200 milhões de assinantes Prime em todo o mundo, dos quais 175 milhões assistiram conteúdo de streaming no ano passado.

A aquisição da MGM também é uma estratégia que suprir a eventual perda de conteúdo por parte dos estúdios que estão lançando suas próprias plataformas, e da falta de novas produções inéditas em todo o mercado de entretenimento devido às paralisações durante a pandemia, dando ao Prime Video um reforço instantâneo de títulos para avançar no mercado e preocupar a Netflix.

Ao comprar a MGM, a Amazon adicionará cerca de 4 mil títulos e 17 mil horas de programação de TV em seu serviço, que incluem propriedades de empresas adquiridas pelo estúdio ao longo dos anos, como as produções da Orion Pictures e American Internationtal Pictures. Além disso, contará com os novos projetos da MGM para este ano, como “House of Gucci”, de Ridley Scott, estrelado por Lady Gaga, e a sequência animada “Família Addams 2”.

O avanço da Amazon reflete a alta competitividade deste mercado e acontece dias após a decisão da AT&T de negociar sua divisão de mídia, a WarnerMedia, com a Discovery, o que criará uma companhia de TV e cinema com valor empresarial de mais de US$ 130 bilhões.

Os desdobramentos deste mês ainda refletem o fracasso das companhias de telecomunicações, como a própria AT&T e a Verizon, no negócio de produção de conteúdo e distribuição de streaming, enquanto a Disney prosperou no lançamento de sua própria plataforma, justamente após realizar uma aquisição milionária, dos estúdios Fox.

Mas embora os planos para a livraria de títulos da MGM sejam claros, a aquisição deixa algumas incógnitas, como o destino do canal pago premium Epix, que tem seu próprio conteúdo – além de um serviço de streaming independente – com títulos como “Godfather of Harlem” e “Pennyworth”, e a produção do estúdio para outras plataformas, como “The Handmaid’s Tale” na rival Hulu e um spin-off de “Vikings” na Netflix.

De todo modo, o negócio ainda precisará ser aprovado pelas agências reguladoras dos EUA, o que deve acontecer sem entraves jurídicos, mas exigirá – e revelará – maiores detalhes sobre a integração da MGM à Amazon.