A criadora e showrunner de “Wynonna Earp”, Emily Andras, admitiu numa entrevista ao jornal The Los Angeles Times que escreveu o final feliz da 4ª temporada, exibido na sexta passada 9/4) nos EUA, antes de saber que aquele seria o final da série, cancelada pelo canal pago americano SyFy.
“Eu não sabia e foi uma verdadeira montanha-russa”, disse Andras. “Mas meu instinto me dizia que eu tinha que garantir que a 4ª temporada fosse satisfatória para os fãs, nossos Earpers, que se esforçaram tanto para nos trazer de volta em meio a nossos problemas financeiros após a 3ª temporada.”
Andras conseguiu garantir que a 4ª temporada fosse “emocionalmente gratificante” por não querer arriscar terminar a série com um monte de perguntas sem resposta. Por isso, a temporada terminou com casamento e reconciliação entre os personagens, mostrando o destino de cada um deles ao seu final.
Mas se tivesse certeza que teria outra temporada, Andras confessou que teria atrasado o casamento altamente antecipado entre Waverly Earp e Nicole Haught. “Eu poderia ter prolongado o suspense, prolongado o drama”, ela explicou, possivelmente aludindo à trama da Waverly Anjo do Mal, resumida em dois episódios. “Mas, no meu coração, eu simplesmente senti que não poderíamos arriscar pelo público. E, estranhamente, eu esperava que isso também fosse um presente para o elenco – tanto o casamento quanto a resolução da história de Doc e Wynonna.”
No final, a showrunner concluiu que queria deixar os personagens em um lugar onde eles pudessem ver que todos os seus esforços na trama – e dos fãs nos bastidores – valeram a pena.
“Não precisa ser perfeito. Não há garantia de que vai durar”, acrescentou Andras. “Mas vale a pena lutar pelo seu momento, lutar pelo que você quer, lutar por alguém que te emociona.”
Apesar do final bastante conclusivo, Andras não desistiu de encontrar um novo canal ou plataforma nos Estados Unidos para viabilizar a produção de uma potencial 5ª temporada, em coprodução com a produtora canadense SEVEN24 Films e a IDW Entertainment, divisão responsável pelas adaptações das histórias em quadrinhos da editora IDW.
Para quem não conhece, “Wynonna Earp” teve suas três primeiras temporadas disponibilizadas recentemente no Brasil pela plataforma Globoplay.
Baseada nos quadrinhos de Beau Smith, a atração desenvolvida pela produtora-roteirista Emily Andras (de “Lost Girl”) traz Melanie Scrofano (série “Damien”) como a ovelha negra da família Earp e heroína do título, Dominique Provost-Chalkley (“Vingadores: Era de Ultron”) como sua irmã caçula e anjo bissexual, Katherine Barrell (série “Workin’ Moms”) como a policial lésbica “hot” (ou melhor, Haught) e Tim Rozon (série “Vagrant Queen”) como o pistoleiro imortal do Velho Oeste Doc Holliday.
Inicialmente comparada a “Buffy: A Caça-Vampiros”, a série logo se tornou cultuada por seus próprios méritos, ao combinar feminismo, rebeldia, monstros e sensualidade LGBTQ+ para atingir 92% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Veja abaixo o trailer do lançamento na Globoplay e um documentário emocionante dos bastidores do episódio final, que foi exibido nos EUA após a despedida da série.