Diretora de festival da Bielorrússia é libertada após pressão internacional

Tatsiana Hatsura-Yavorska, diretora do festival de documentários Watch Docs, da Bielorrússia, foi libertada da prisão após a repercussão de um protesto internacional, que nesta semana reuniu organizações de direitos humanos, a Academia […]

Divulgação/Watch Docs

Tatsiana Hatsura-Yavorska, diretora do festival de documentários Watch Docs, da Bielorrússia, foi libertada da prisão após a repercussão de um protesto internacional, que nesta semana reuniu organizações de direitos humanos, a Academia Europeia de Cinema e festivais de cinema de todo o mundo, como Sundance, Cannes e Berlim.

Ela foi presa em 5 de abril por seu papel na organização de uma exposição fotográfica subterrânea em homenagem aos trabalhadores da saúde da Bielorússia. Isto foi suficiente para que fosse presa por “protestar contra a polícia” e “arrecadar dinheiro para protestos” contra o governo do presidente Alexander Lukashenko, e colocada em um centro de detenção em Minsk, junto com centenas de outras presos políticos, na atual onda de endurecimento da repressão no país.

Hatsura-Yavorska deveria comparecer a uma audiência na quinta-feira passada (15/4) após atingir o limite máximo legal de 10 dias de detenção, e pessoas próximas temiam que ela pudesse enfrentar vários anos de prisão. No entanto, após o repúdio generalizado de entidades importantes, as acusações foram retiradas e, além de ser solta, ela não enfrenta processo criminal.

Agora, ela deve se juntar ao marido no exterior. Volodymyr Yavorski fugiu do país com os filhos do casal para evitar que o regime colocasse as crianças em orfanatos. As autoridades da Biolorrússia disseram que se não deixasse o país, ele próprio enfrentaria a prisão e nunca mais veria os filhos.

Yavorski também é alvo de perseguição política, como ativista dos direitos humanos e fundador do festival ucraniano de filmes sobre direitos humanos Docudays UA.

A Bielorrússia vem sendo tomada por manifestações generalizadas contra o regime que governa o país há décadas. Os protestos se intensificaram depois que o presidente reivindicou uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais de agosto passado, um resultado que muitos acreditam ter sido falsificado.

A União Europeia rejeitou a legitimidade da eleição e fez um apelo público por uma nova votação, além de condenar a perseguição violenta de manifestantes pacíficos por parte das autoridades do país. De acordo com ativistas, desde o verão europeu passado mais de 600 pessoas foram presas, acusadas de participar das manifestações antigovernamentais, e cerca de 400 já foram condenadas.