A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, pessoa mais jovem a ser laureada com um prêmio Nobel, assinou uma parceria de programação de vários anos com a Apple TV+ (Apple TV Plus).
O contrato prevê o desenvolvimento de uma programação original para a plataforma, cobrindo desde séries de dramas e comédias, até documentários, animação e séries infantis. Ela produzirá as atrações por meio de sua recém-formada produtora Extracurricular.
“Eu acredito no poder das histórias para unir famílias, criar amizades, construir movimentos e inspirar as crianças a sonhar”, disse Malala, em comunicado postado em suas redes sociais. “E eu não poderia pedir um parceiro melhor do que a Apple para ajudar a dar vida a essas histórias. Sou grata pela oportunidade de apoiar mulheres, jovens, escritores e artistas a refletir o mundo como o vêem.”
Malala começou a se destacar em 2009, quando, aos 11 anos, iniciou um blog junto ao site da BBC para descrever, sob pseudônimo, como era sua vida durante a ocupação talibã em sua aldeia. No ano seguinte, o New York Times produziu um documentário sobre ela, durante o resgate da aldeia pelas forças paquistanesas. Em 2012, quando entrou em sua van escolar, um homem armado chamou-a pelo nome e disparou três tiros em sua direção. Ela sobreviveu, mas os talibãs, que proíbem mulheres de estudar, reiteram sua intenção de matar Malala. A tentativa de assassinato desencadeou um movimento de apoio nacional e internacional, que a levou a se tratar na Inglaterra dos ferimentos.
Aos 16 anos, em sua primeira aparição pública após se recuperar do ataque, ela discursou na ONU, afirmando que “uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução”. O enviado especial das Nações Unidas para a educação global, Gordon Brown, lançou uma petição da ONU em nome de Malala com o slogan I am Malala (“Eu sou Malala”), exigindo que todas as crianças do mundo estivessem inscritas em escolas até ao fim de 2015. A iniciativa impulsionou a retificação da primeira lei de direito à educação no Paquistão.
Em 2014, após completar 17 anos, ela recebeu oficialmente o Prêmio Nobel da Paz “pela sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação”.
Ao mesmo tempo, a jovem publicou seu primeiro livro “Eu sou Malala”, que se tornou um best-seller. Desde então, ela escreveu mais dois livros, estrelou um documentário sobre sua infância e criou a Assembly, uma publicação digital para meninas e jovens disponível no Apple News. Desde o lançamento em 2018, a Assembly publicou histórias de mulheres jovens em mais de 100 países e em mais de 20 idiomas.
A Apple se tornou sua parceira quando ela fundou o Malala Fund para defender o direito de todas as meninas a 12 anos de educação segura, gratuita e de qualidade. Em 2018, a Apple passou a apoiar o fundo, auxiliando o trabalho da organização, financiando defensores e professores em oito países onde as meninas enfrentam desafios educacionais significativos. Esta parceria se entende ao Brasil, onde a Apple promove com Malaia maiores oportunidades de educação para as meninas do país.