Mais uma acusação veio à tona contra Marilyn Manson. A estilista e cineasta Love Bailey, diretora do vindouro musical “Slather”, acusou o cantor de apontar uma arma para a sua cabeça e lhe ameaçar com agressividade homofóbica.
Bailey, que é transexual, publicou seu desabafo após Evan Rachel Wood (da série “Westworld”), ex-namorada do polêmico cantor, dar início a uma corrente de acusações contra abusos cometidos por Manson. A própria atriz republicou os posts de Bailey em seu Stories do Instagram.
“Não sou fã da cultura do cancelamento, mas quando alguém como Marilyn Manson aponta uma arma para sua cabeça, é hora de falar”, desabafou Bailey sobre o assunto, num primeiro post na segunda (1/2).
“É 2021 e temos que tirar o poder dessas pessoas horríveis, para que não façam mal a ninguém”. relatou a artista, que afirmou que vai procurar as autoridades para registrar um boletim de ocorrência, mas que por enquanto pretende manter a identidade da atriz envolvida na história em segredo.
“Sinto que é uma questão urgente falar diretamente para a câmera e dar meu depoimento do que aconteceu na noite em que conheci Marilyn Manson”, continuou a diretora num vídeo publicado em suas redes sociais, relembrando que era uma estilista de 20 anos quando recebeu o convite para participar de um ensaio para a revista LoveCat — hoje rebatizada como Galore.
Ela deveria trabalhar com uma atriz no ensaio e quando chegou lá viu que o estúdio de gravação do artista estava cheio de pôsteres com mulheres nuas e havia na sala de estar um punhado de desenhos sombrios no chão, que, segundo ela, pareciam tentar abrir “algum portal demoníaco”. Quando foi chamada ao quarto onde Manson e a atriz estavam, identificou gaiolas em que ele deveria prender suas “vítimas”. Segundo a estilista, eles haviam acabado de fazer sexo e a tal atriz parecia estar dopada, cambaleante. Ela chegou a machucar o tornozelo, enquanto Manson caía na gargalhada.
Foi quando tentou alcançar a atriz para ajudá-la, que recebeu uma arma na cara.
“Uma grande Glock, uma Glock de metal, não uma arma de brinquedo. Ele colocou isso direto na minha testa e disse: ‘Eu não gosto de bichas’. Então ele riu, em um tom agressivo”, contou Bailey.
“Me lembro de ter ficado chocada naquele momento”, continuou, visivelmente emocionada. “Há anos tenho sido silenciada para não dizer nada por causa da indústria, por causa da indústria da moda, por causa desses fotógrafos que vão colocar você na lista negra por mencionar o nome deles”, prosseguiu.
Em seu vídeo no Instagram, Love ainda acrescentou o depoimento de duas outras pessoas que a acompanharam no dia em que foi ameaçada. Sua assistente na ocasião confirmou a história, dizendo ter visto as “artes demoníacas” na sala de estar, além de lembrar que ter sido barrada, porque Manson não permitia assistentes no local.
Uma amiga de Bailey, por sua vez, contou que a estilista ligou para ela depois do incidente e recordou que ela estava “em choque” e sem acreditar no que tinha acabado de acontecer.
Love Bailey não revelou o nome da atriz que estava com Manson na ocasião, mas Evan Rachel Wood também postou denúncias de uma artista conhecida como Gabriella, da fotógrafa Ashley Walters, da modelo Sarah McNeilly e da modelo Ashley Lindsay Morgan. Todas elas afirmaram que foram vítimas de agressão sexual e abuso físico e emocional nas mãos de Manson.
Pouco tempo depois, Manson se manifestou nas redes sociais para negar os relatos, que seriam “distorções”.
“Obviamente, minha vida e minha arte são há anos imãs para controvérsia, mas essas recentes declarações a meu respeito são distorções horríveis da realidade. Meus relacionamentos íntimos sempre foram completamente consensuais, com pessoas que pensavam como eu. Independente de como – e porque – outros estão escolhendo deturpar o passado agora, essa é a verdade”, afirmou o cantor.
Após a onda de acusações, Manson foi dispensado de sua gravadora, teve suas participações nas séries “American Gods” e “Creepshow” cortadas, e acabou acabou ficando sem empresariamento artístico, com o rompimento de seu contrato pela agência de talentos CAA, uma das maiores de Hollywood.
Para completar, a senadora Susan Rubio, da Califórnia, escreveu uma carta para o Promotor-Geral dos EUA (Monty Wilkinson) e o diretor do FBI (Christopher Wray), pedindo a abertura de um inquérito oficial contra o artista.